“Terra azul, lua laranja: a Primavera enfeitava-se para a sua primeira aurora”. É desta forma poética que arranca “Espera, Miyuki” (Orfeu Negro, 2020), um livro onde nem todas as flores – ou as coisas – “dançam ao mesmo”.
No primeiro dia de uma nova estação, Miyuki está impaciente em ir ao jardim, onde descobre uma pequena flor ainda em botão. Ansiosa por despertá-la, parte numa aventura em busca de água, e nem muitos ensinamentos que vai ouvindo de vários animais, qual Yodas florestais, parece conseguir refrear esta vontade de acelerar a natureza.
Roxane Marie Galliez e Seng Soun Ratanavanh oferecem-nos uma ode à lentidão, que é ao mesmo tempo uma celebração visual e uma homenagem a toda a cultura japonesa, onde se dança a valsa em vez do tango entre origamis, porcelanas, flores em várias cores e feitios, gatos e kimonos.
Roxane Marie Galliez escreve livros para a infância. É também jornalista e investigadora de História das Civilizações. Seng Soun Ratanavanh é ilustradora e pintora, e o seu trabalho é muito influenciado pela arte e a cultura japonesas. Vivem ambas em França.
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