Pelas mãos da Kalandraka e prosseguindo um ideal de revisitação, chegou às livrarias mais um clássico da ilustração: “Emílio” (Kalandraka, 2016 – um original de 1960), com textos e ilustrações de Tomi Ungerer, de quem a editora já havia editado “Os três bandidos“, “Crictor”, “Adelaide” e “Onde está o meu sapato?“.
O livro descreve as aventuras do polvo Emílio que, num certo dia, salva o famoso mergulhador Samofar do ataque de um tubarão. Apanhando a embalagem e levado em ombros pela sua façanha, Emílio rapidamente se torna um polvo para todo o serviço, seja como nadador-salvador – salvando pessoas mas também fazendo formas como o touro ou o elefante – ou colaborando com as autoridades para pôr fim ao contrabando.
Porém, apesar de ser considerado um herói e de ter como cama e casa uma banheira cheia de água salgada, o polvo sente saudades de casa. Mas como regressar e, ainda assim, manter a sua amizade com o capitão Samofar?
Depois da cobra “Crictor” (1958) e do canguru “Adelaide” (1959), Tomi Ungerer voltou a escolher um animal pouco convencional – ou pelo menos um daqueles com poucas probabilidades de se tornar um animal de estimação – para esta história que contém heroísmo, muito humor e uma boa dose de emoção. Curiosamente, Ungerer é, desde 1990, presidente honorário da SPCA (Sociedade para a Prevenção contra os Maus-tratos Animais) da Europa.
Nesta história, onde assistimos ao triunfo do bem sobre o mal e se revelam os valores da amizade e da gratidão, Ungerer usa uma paleta de cores limitada, à base de tons verdes e ocres, o que não o impede de dar um verdadeiro show de bola no que toca aos desenhos, cheios de pequenos e deliciosos detalhes e reveladores de uma grande expressividade.
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