“Elementar, Meu Caro Mendeleev” (Bizâncio, 2019) tem, como guia inesperado, um tal de Sherlock Ohms, o super-detective científico que lança o mote ao leitor: “Investiga a extraordinária matéria que te rodeia, e encontra nela pistas para compreenderes o próprio Universo!“.
A missão para o qual o leitor é convidado a fazer de Watson tem por título “O caso dos elementos esquivos”, mais de 100 no total: alguns remontando ao início dos tempos, outros produzidos pelo homem e outros ainda existindo apenas em laboratório. A maioria, porém, ocorre de forma natural na Terra, e muitos deles estão presentes em todas as casas. O objectivo aqui é encontrá-los, começando a investigação com umas luzes prévias sobre o primeiro dos grandes mistérios – o Big Bang -, ocorrido há cerca de 13,8 mil milhões de anos.
Entramos depois naquilo que interessa: no mundo da Tabela Periódica, onde os detectives dos elementos têm 118 sítios por onde escolher, numa tabela ordenada de acordo com massas e propriedades. A ideia original partiu de um cientista russo chamado Dimitri Mendeleev, tendo sido em sua honra o baptismo do Mendelévio (Md).
Conhecemos ainda os mestres do disfarce, que operam de forma dissimulada: os seus átomos juntam-se de maneiras bem definidas aos átomos de um ou mais elementos para formar “gangues” chamados moléculas.
Começa então o desfile dos elementos, partindo do Hidrogénio (H). Para cada elemento apresenta-se uma pequena mas sumarenta descrição, factos com um toque de fantástico, uma experiência para pôr à prova os conhecimentos, alguns desafios e uma lista com lugares onde esse elementos poderá ser descoberto.
Há também deliciosas BD`s atómicas, onde são protagonistas detectives de várias geografias e linhas temporais: os gregos – com o caso dos quatro elementos -, os alquímicos – com o famosíssimo caso da Pedra Filosofal – ou os revolucionários – com o muito bicudo caso do químico sem cabeça.
Com ilustrações bem catitas, páginas entre o liso e o quadriculado e uma linguagem sem grandes complicações, “Elementar, Meu Caro Mendeleev” é uma forma muito divertida de se olhar o mundo com um olhar químico, apurando a curiosidade para sabermos, com todas as letras e números, quais são os elementos que nos governam.
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