Tio Patinhas, Mickey e Donald. O trio maravilha da Disney está de volta às bancas com o selo da Goody, depois de um hiato temporal que acabou por trazer boas novidades: o formato mantém-se mas o papel, esse, é agora bem mais castiço e com mais gramagem, o que permite uma melhor definição de cores e imagens e uma leitura mais fluida.
Em Tio Patinhas 5 assistimos ao regresso da saga Todos os Milhões, desta vez dedicada ao décimo sétimo milhão do pato mais sovina do planeta. Patinhas que, aqui, parece ter o azar a bater-lhe à porta, pelo menos até ser visitado por Caetano, um xamã praticante e artista ocasional da arte de rimar. Uma história onde surge uma referência à Montanha Mágica de Thomas Mann e que, nas entrelinhas, se chega à frente com mais um ensinamento liberal: “Dormir sobre os louros pode ser perigoso!“.
Fala-se ainda das comunicações na História dos patos – e da difícil vida de carteiro, sobretudo em tempos onde as mensagens derretem -, discute-se filosofia e a ideia de infinito a partir da histeria por um grão de areia – cabendo a Donald desempenhar o papel de um Justin Bieber de penas – e, cereja das cerejas, somos brindados com uma dose dupla de Maga Patalójika, que desta vez tenta chegar à moeda número 1 com uma poção onde mora água de pântano, uma mão-cheia de fuligem, seixos, lava, tapioca e pimentão.
Donald 5 oferece uma história em que o Super Pato e Lyla se irão unir contra a tenebrosa Malva Zelania, uma espécie de Drácula moderno que tem, como assistente, um tipo chamado Vlad. Viaja-se no tempo como se não houvesse amanhã, enquanto espectadores falantes se mantêm na invisibilidade, pelo menos até à chegada de um twist com o estranho nome de “Retrato do herói enquanto jovem”.
Há também um piscar de olho ao “Shinning” de Kubrick, com Donald a ficar encarregue de tomar conta d`”A Casa Assombrada”, ou, como o vê Patinhas, de um mais do que promissor hotel de luxo. Uma história onde Donald e sobrinhos irão colocar em confronto duas realidades bem diferentes: o livro do Professor Patranha vs o Manual dos Escoteiros. Quem passa por este número com o estilo e a lata habituais é Zé Carioca, não sabendo como domar uma incontrolável gargalhada.
Em Mickey 4, depois de uma história a bordo de um barco-casino que tem como mascote um jacaré, viajamos no tempo para reunir informações que permitam encontrar obras de arte desaparecidas, dando de caras com um futuro distópico onde se vêem letreiros como “A criatividade é nociva! Pensa menos e serás feliz!“. E onde Bafo de Onça, o inimigo mortal de Mickey, é o Big Brother lá do sítio. Há também um programa de apanhados conduzido por Ranulfo, entre o espírito paparazzo e o jornalismo de investigação à moda do Correio da Manhã. Uma das melhores leituras de Verão mora aqui.
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