Havia terminado, de forma não programada mas muito irónica, na palavra Humanismo. Agora, no começo do segundo volume do “Dicionário da Expansão Portuguesa 1415-1600: de I a Z” (Círculo de Leitores, 2016), a primeira palavra a ser inscrita é Ielaga. Ou melhor, Inscrições de Ielaga. A curta história é mais ou menos esta: em 1485, D. João II ordenou a Diogo Cão que realizasse uma segunda viagem, durante a qual deveria finalmente contornar o sul de África – que então se julgava estar prestes a ser ultrapassado -, rumando às tão desejadas Índias. Acabou por ser perto da cidade de Matadi, próxima das Cataratas de Ielaga, que o capitão da expedição mandou fazer inscrições nos rochedos situados na margem esquerda do rio para marcar a realização do feito histórico então alcançado: a exploração de uma ponta à outra do grande Rio Zaire.
É esta a primeira entrada do segundo – e final – volume do Dicionário da Expansão Portuguesa, que conta com a direcção de Francisco Contente Domingues e abarca a Expansão por forma alfabética – agora de I a Z. Dicionário que, nos seus dois volumes, reúne entradas de 79 autores de nove países, pertencentes a 35 instituições universitárias e de investigação, num total de cerca de 390 artigos.
A opção editorial deste Dicionário recaiu na escolha criteriosa dos temas, com textos que ultrapassam o que normalmente se lê em dicionários históricos e que se dedicam a áreas como a arte, a guerra, a sociedade, as moedas, a gastronomia ou a medicina.
Para o final deste segundo e terminal volume estão guardados os anexos, os mapas, a explicação sobre as siglas, o índice de autores e artigos (e outros índices). Mora aqui um documento fundamental – e escrito a várias mãos – para aqueles que desejem, independentemente da crítica ou do apreço à causa, conhecer mais sobre um dos períodos mais ambiciosos da história portuguesa.
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