Quando Tanjirou entrou na Aldeia dos Ferreiros para dar nova vida à sua katana, estaria longe de imaginar que se iria envolver no combate – pelo menos até à data – da sua vida. Em “O “Mu de Muichirou” (Devir, 2023), o 14º volume do mangá Demon Slayer, Tanjirou continua a batalha épica contra Hantengu e Gyokko, dois Jougen, contando com a preciosa ajuda de Genya, Kanroji (a Hashira do Amor) e Tokiyou (o Hashira do Nevoeiro).
Ao sentir que a balança estava a mudar de lado, o demónio da raiva decide invocar o Demónio da Felicidade e do Prazer, que absorveu o “demónio mais pequeno” e também o demónio Aizetsu, criando Hantengu, um demónio que “parece mais novo, mesmo sem se dividir. Uma criança”.
Para lá deste lado militar que se estava a tornar algo maçudo, este volume oferece-nos um vislumbre do passado de Muichirou, aqui em registo confessional: “Eu vi as larvas a rastejar no corpo do meu amado irmão. Também chegaram até mim. Vi o abismo da morte. Se não tivesse aparecido ajuda, estaria morto”. Ou, ainda, mergulhando nas memórias de Kanroji, uma rapariga com um apetite permanente, recordista em casamentos falhados e que “viveu uma vida de mentira, aparentando ser fraca”.
Um dos pontos altos deste 14º volume é sem dúvida o combate entre Muichirou e Gyokko – o Quinto Jougen -, onde se trocam mimos verbais como “é como mostrar um livro a uma barata. Não consegue ler”, devolvido com um certeiro “no entanto, és tu que tens ar de quem viveu no lixo”. Tudo com o ar cinéfilo do Nevoeiro de John Carpenter.
No próximo volume fica prometido um ponto final para este combate épico, a revelação da verdade sobre as estranhas marcas do rosto de Muichirou e, quem sabe, o avanço na investigação de devolver a Nezuko o seu lado humano. Game on.
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