Graças a Uzui Tengen, mestre dado a exuberantes revoluções, as mulheres ninja (ou Shinobi) têm agora novas prioridades. Ao invés de lutarem sem qualquer pensamento de defesa, como lhes foi desde sempre ensinado, deparam-se com uma nova orientação dada por Uzui: “Em primeiro lugar a vida de vocês as três, depois a dos humanos respeitáveis e por fim a minha”.
Está lançado o 10º volume de Demon Slayer, intitulado “Humanos e Demónios” (Devir, 2023), que coloca ambos os lados a lutar em cima de um telhado, com muita dança, aeróbica e jogo de cintura pelo meio. Para o lado humano, o cenário não é propriamente animador, uma vez que raiva e emoções não fazem mais do que festinhas aos maus da fita.
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Regressando ao mestre Usui, partem sempre dele os grandes ensinamentos, capazes de resultar em azulejos de paredes ou magnéticos de frigorífico – como esta pérola: “Crianças rabujentas não devem estar no campo de batalha!”. Um volume onde há sangue às litrosas, cabeças cortadas ou corpos que saem de costas alheias – como um tipo que adoptou o nome de uma profissão para nome próprio. Há ainda uma grande supresa pelo meio, que envolve uma mordaça (ou a falta desta), ou a presença sempre imperial de Inosuke, que aqui se chega à frente na companhia de “o meu servo” (palavras suas).
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Para o final estão guardados dois mimos: uma história de uma página, intitulada “Vamos Cantar”, onde ficamos a saber que no Japão o Dia da Criança é dedicado aos rapazes, enquanto as raparigas se contentam com o Festival das Bonecas – ou Dia das Meninas; e um valioso extra, de nome “O Conto de Fadas do Inosuke”, que recua aos tempos da sua criancice e nos revela como este humano com cabeça de javali, auto-intitulado Rei da Montanha, aprendeu a falar. Hilariante.
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