Foi o primeiro volume de uma série onde Deadpool, o super-herói mais desbocado e certamente queimado – de pele e cabeça – do universo Marvel, tenta acabar com toda a concorrência ou, dito de outra forma, atirar com o universo super-heróico às urtigas de uma vez por todas.
Neste “Deadpool mata o universo Marvel” (G. Floy, 2018) o leitor tem direito a uma visita guiada, conduzida pelo Vigia, que testemunha a “ascensão de deuses e a destruição de corpos celestiais…o nascimento de mundos interditos e os finais apocalípticos de civilizações”.
Neste delírio aos quadradinhos, caberá ao Quarteto Fantástico, que iniciaram a era dos heróis deste mundo, também o momento da queda do “primeiro de muitos heróis”, que irá culminar com um dos sábios conselhos de Deapool: “Não se corre com tesouras na mão, não se cospe contra o vento e nunca, nunca se vira as costas a um inimigo morto, muito menos um com factor de cura!”
A história regressa então ao seu início, mais concretamente ao momento em que, conduzido pelo Professor Xavier e alguns dos X-Men, Deadpool dá entrada no Asilo Ravencroft, “um lugar de cura para almas atormentadas e danificadas”. Ficará assim nas mãos de Benjamin Brighton, um doutor que o acusará de ser “um assassino pouco eficiente” – muito devido à pouca concentração e à constante tagarelice -, que na verdade é o Homem Psíquico, alguém que pretende criar “uma força imparável de soldados ansiosos por obedecer”.
Será o Homem Psíquico a fritar definivamente a mioleira de Wade ao nela colocar uma voz, que Wade sempre sentiu apesar de até então não ter passado de uma companheira silenciosa: “Andavas sempre aí, escondido em mim. Acho que foste tu que me apodreceu de dentro para fora estes anos todos”.
Não faltam momentos divertidos – mas curtos –, tais como o encontro com o Homem-Aranha, onde assistimos a um mano a mano pela supremacia stand-up no mundo dos super-heróis: “Essa história de mandar bocas enquanto se luta é a minha cena. Tens noção disso, certo?”.
De modo a desfrutar desta série, o leitor deverá fazer algo parecido à suspensão da descrença, sabendo que tudo não passa de um sonho febril e de puro divertimento, de forma a acompanhar Deadpool neste périplo sanguinário onde leva à letra os ensinamentos de Duncan MacLeod: “there can be only one”.
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