Curtas da Estante é uma rubrica de divulgação do Deus Me Livro.
Sobre o livro
O trio que planeou o assassínio de D. Carlos dava pelo nome de Coruja e era formado por dois monárquicos, José d’Alpoim e visconde dA Ribeira Brava, e por um terceiro indivíduo que nunca foi revelado. Ribeira Brava estava encarregado de comprar as armas e Alpoim arranjou o dinheiro. As pistolas e as carabinas foram adquiridas na Espingardaria Central, ao Rossio. E as reuniões de preparação do atentado tiveram lugar nas águas-furtadas de um prédio situado nas Escadinhas da Saúde, na Costa do Castelo, ao Martim Moniz, onde morava o regicida Manuel Buíça com dois filhos e a sogra. A investigação ao atentado começou logo após o crime, mas deparou-se com inúmeras dificuldades e entraves políticos. E depois da revolução de 5 de Outubro o processo desapareceu misteriosamente no ministério da Justiça. O nome do homem que deu a ordem para matar o Rei permaneceu até hoje por descobrir.
«A descoberta de quem ordenou o regicídio de 1908 constituiu a principal motivação para esta investigação. Foi o seu leitmotiv. Mas depois afigurou se me necessário enquadrar o acontecimento, contextualizá-lo, inscrevê-lo na sua época. Saber quem era D. Carlos, como foi educado, como reinou e acabou por tecer os fios que o conduziram à morte. Assim, este livro é também uma biografia do Rei assassinado. Na qual estão presentes os seus pais, D. Luiz e D. Maria Pia, unidos por uma ligação sui generis. Em que se fala do casamento com D. Amélia, do ambiente na Corte e do relacionamento com os políticos. E onde resulta claro que o regicídio não foi um impulso de momento, nem o trabalho de dois homens, tendo sido laboriosamente preparado durante nove meses.»
Do Intróito
Sobre o autor
José António Saraiva nasceu em 1948 em Lisboa. Forma-se em Arquitectura, actividade que exerce entre 1969 e 1983. Dá aulas no Centro de Formação da RTP entre 1977 e 1980. Autor da grande reportagem televisiva «O 25 de Abril, Três Anos Depois» e da série «Os Anos do Século». Colabora em variadíssimos jornais e revistas entre 1965 e 1983. Director do semanário Expresso entre 1983 e 2005. Fundador e director do semanário Sol entre 2006 e 2015. Ganha o Prémio Luca de Tena de jornalismo ibérico do diário espanhol ABC em 2005. Professor convidado da Universidade Católica no Instituto de Estudos Políticos, onde leccionou entre 2000 e 2015 a cadeira de Política Portuguesa. Publicou vários livros de política e história, e também quatro romances.
Editora: Gradiva
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