Curtas da Estante é uma rubrica de divulgação do Deus Me Livro.
Sobre o livro
Os quinze divertimentos que compõem este livro transportam-nos para um futuro cada vez mais impulsionado pelo estímulo frenético do progresso tecnológico e, por conseguinte, teatro de experiências inquietantes ou utópicas, nas quais operam máquinas extraordinárias e imprevisíveis.
Porém, é simplista classificar estas páginas sob o rótulo da ficção científica. Nelas podemos encontrar sátira e poesia, nostalgia do passado e antecipação do futuro, epopeia e realidade quotidiana, perspectiva científica e atracção pelo absurdo, amor pela ordem natural e gosto em subvertê-la com jogos combinatórios, humanismo e perversidade bem-educada.
O autor é um químico, e a sua profissão transparece no interesse que demonstra em saber como são feitas as coisas por dentro, em como estas se podem reconhecer e analisar. Contudo, é um químico que conhece tão bem as paixões humanas quanto a lei de acção das massas, e monta e desmonta os mecanismos secretos que governam a vaidade humana, piscando-nos o olho com as suas alegorias irónicas, com as moralidades sorridentes que nos propõe.
Este é um livro onde também encontraremos momentos inquietantes, nos quais os pesadelos do Lager regressam sob novas formas.
Sobre o autor
Primo Levi nasceu em Turim, em 1919, e suicidou-se nessa cidade em 1987. Licenciado em Química, participou na Resistência, foi preso e internado no campo de concentração de Auschwitz. É, com Calvino e Pavese, uma das principais figuras da geração italiana do pós-guerra. Notabilizou-se pela autoria de vários livros sobre a experiência naqueles campos – de que o livro “Se isto é um homem” é o exemplo mais célebre – assim como por contos e romances. “Assim foi Auschwitz”, escrito com Leonardo De Benedetti e curado por Fabio levi e Domenico Scarpa, recolhe um conjunto admirável de textos inéditos em Portugal sobre a experiência dos campos de extermínio. «Esta é a experiência da qual saí e que me marcou profundamente; o seu símbolo é a tatuagem que até hoje trago no braço: o meu nome de quando não tinha nome, o número 174517. Marcou-me, mas não me tirou o desejo de viver. Aumentou-o, porque conferiu uma finalidade à minha vida, a de dar testemunho, para que nada semelhante alguma vez volte a acontecer. É esta a finalidade que têm os meus livros.»
Editora: D. Quixote
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