Curtas da Estante é uma rubrica de divulgação do Deus Me Livro.
Sobre o livro
Caído no campo de batalha, com a orelha ensanguentada colada à terra e um braço desfeito, o cabo Ferdinand desperta atordoado, debaixo de chuva, ao lado de um companheiro morto, sentindo ecoar dentro de si um barulho ensurdecedor. «Apanhei com a guerra na cabeça. Ficou-me trancada na cabeça.» Assim se inicia “Guerra”, romance que, num maço de duzentas e cinquenta páginas, estava entre os manuscritos de Céline desaparecidos durante a libertação de Paris, em 1944, e que agora, sessenta anos após a morte do seu autor, é finalmente trazido a público. Escrito por volta de 1934, este texto levanta o véu sobre a experiência central da existência de Céline: a sua participação na Primeira Guerra Mundial e o trauma físico e moral daí resultante. Com uma narrativa de grande fluidez, onde a crueza e a originalidade da linguagem sublinham o tormento e a desilusão do protagonista, Guerra inscreve-se entre as obras mais inquietantes de Louis-Ferdinand Céline. Inédito durante quase noventa anos, a sua publicação é um acontecimento literário mundial.
Sobre o autor
Louis-Ferdinand Céline nasceu em Courbevoie, na periferia de Paris, em 1894. Entrou para o exército francês em 1912 e combateu na Primeira Guerra Mundial, onde foi ferido com gravidade. Formado em Medicina, viajou em serviço por vários países, até se fixar como médico em Paris, em 1928, data em que iniciou igualmente a sua produção literária. O seu romance de estreia, “Viagem ao Fim da Noite”, publicado em 1932, foi um êxito imediato e mereceu a distinção do Prémio Renaudot. Seguiu-se “Morte a Crédito”, em 1936, cimentando em absoluto o seu lugar de destaque nas Letras francesas. Autor ainda hoje polémico pelas suas opiniões controversas e estilo irreverente, Céline é aclamado como um dos nomes maiores da literatura mundial do século xx, tendo influenciado, entre outros, Henry Miller, Charles Bukowski ou Patrick Modiano. Morreu, vítima de aneurisma, em 1961.
Editora: Livros do Brasil
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