Curtas da Estante é uma rubrica de divulgação do Deus Me Livro.
Sinopse
Publicadas no Brasil por volta de 1924, as dez narrativas que, tanto quanto se sabe, compõem a série As Sensacionais Aventuras de Jim Joyce, o Ás dos Detetives Americanos, até agora inéditas em livro, transportam-nos aos loucos anos 20, a uma América imaginada por Reinaldo Ferreira, pioneiro português do romance policial. Nesta edição cuidada, que conta com um texto introdutório do especialista Joel Lima, são ainda recuperados diversos materiais de época, incluindo as capas e ilustrações de Stuart Carvalhais (1887-1961) e Alfredo Morais (1872-1971) para os fascículos da publicação original daquela que deverá ser, muito justamente, considerada uma das criações mais conseguidas do mítico Repórter X.
Aqui, o autor revela todo o seu poder criativo: forja, sem esforço e ao correr da pena, mistérios aparentemente insolúveis, situações de alto risco aparentemente sem hipótese de salvação e proezas detectivescas aparentemente impossíveis de concretizar, sabendo explorar, como os melhores escribas da ficção em fascículos, o imprevisto, o sensacional, o suspense, o desfecho inesperado. Uma faceta quase ignorada do talento novelístico de Reinaldo Ferreira que este volume finalmente dá a conhecer na íntegra.
Sobre o autor:
Nasceu em Lisboa a 10 de Agosto de 1897. Em 1914, ingressou na redacção d’ A Capital, onde deu os primeiros passos no jornalismo. A propensão para o insólito, para o espectacular, levou-o a tornar-se também um verdadeiro mestre da literatura policial. Em 1919, casou-se e passou um ano em Paris, antes de se radicar em Espanha, onde, além do jornalismo e da ficção, desenvolveu outra vertente do seu talento multifacetado: o de realizador de cinema. Em rota de colisão com o regime de Primo de Rivera, em 1924 teve de regressar a Portugal, para não ser preso, passando a colaborar com várias publicações de Lisboa, primeiro, e do Porto, a seguir. Data dessa altura a gralha tipográfica que ditou o pseudónimo Repórter X, com que assinou algumas das prosas mais sensacionais da sua carreira tão breve quanto prolífica. Intenso por natureza, Reinaldo consumiu a vida com a avidez da paixão que faz perder os heróis trágicos. Tendo encontrado na morfina um bálsamo para males de amor e combustível para a criação, ex-morfinómano se confessou num belo livro de memórias, para logo depois reincidir no velho hábito, que destruiu o pouco que lhe restava da saúde débil. Morreu aos 38 anos, em Lisboa, a 4 de Outubro de 1935.
Editora: PIM! Edições
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