Andam à procura de um livro atravessado pelo espírito natalício, para oferecer a filhos, sobrinhos ou netos nesta quadra festiva? Se assim for, “Como é que o Pai Natal Desce Pela Chaminé?” (Orfeu Negro, 2023) poderá bem ser a escolha ideal.
Aqui, a dúvida existencial não é perceber se o Pai Natal é ou não um mito urbano, mas antes a forma como este, que nos habituámos a ver barrigudo ou já em idade avançada, consegue a cada ano encontrar forma de descer pela chaminé, cumprindo a única missão que dele esperamos: entregar a(s) bela(s) da(s) prenda(s).
Entre o humor absurdo e a intriga policial, Mac Barnett vai avançando com diversas hipóteses para o grande mistério, desde o apertar do cinto à transformação em fogo, não esquecendo a necessidade de o serviço ter de ser feito com uma indumentária lavada e engomada a preceito.
Não faltam soluções para o caso de a casa não ter chaminé, ou propostas alternativas ao leite e bolachas deixados em jeito de agradecimento, sempre com a muito prestável ajuda das renas, que vão enfrentando a noite fria de caneca na mão. Um livro muito castiço mesmo para quem deixou de acreditar no Pai Natal, e que nos mostra que há mistérios que nasceram para nunca serem descobertos.
As ilustrações de Jon Klassen, parceiro habitual de Mac Barnett no universo dos álbuns ilustrados, são um verdadeiro mimo, desde o olhar compenetrado das renas ao espírito de missão do Pai Natal, do telhado frio e escorregadio ao quentinho de uma casa bem decorada. Com livros destes, o Natal pode bem acontecer todos os dias.
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