Ganância, emoção e adrenalina, pura necessidade ou simples desvario ocioso de quem só quer pensar em nada – não há ser humano que viva, respire e pense, a quem o pensamento de assaltar um banco nunca tenha ocorrido, nem que seja por uma escassa fracção de segundos.
Pois bem, carregado de remorsos por culpa de uma malfadada vela nepalesa, aos quinze anos, Dylan Thomas não encontra outra brilhante solução para compensar a miúda dos seus sonhos – por acidentalmente tê-la deixado sem-abrigo – do que assaltar um banco. Quando se tem o Google à distância de uma mão e um pai viciado em cinema que conhece de trás para a frente os enredos de todos os filmes alguma vez feitos sobre assaltos bancários, não há-de ser muito difícil.
Se Al Pacino, Clooney e Eastwood fizeram, Dylan é capaz. Se até conseguiu arranjar um trabalho part-time como estagiário no banco, que o põe acima de qualquer suspeita, e se tem um plano mais ou menos (mais para menos) bem delineado, o que é que pode correr mal? Só absolutamente tudo e mais alguma coisa.
Em “Como Assaltar um Banco” (Harper Collins, 2019), Tom Mitchell traz-nos um romance mordaz e hilariante sobre a adolescência e suas hecatombes, altamente desaconselhado para quem não gostar de alguma diversão e momentos bem passados.
Tom Mitchell é professor de literatura em Londres e pai de um pré-adolescente chamado Dylan (algumas semelhanças entre ficção e realidade serão pura coincidência…ou talvez não). Em 2015, foi uma das vinte e cinco contas do Twitter convidadas mundialmente para exibir os seus tweets no Twitter Fiction Festival. Fez pequenas peças humorísticas para a BBC Rádio 4 e publicou textos seus de ficção e não ficção em sites como o The Classical e Londonist. Além disto foi ainda semifinalista do The Play’s the Thing, programa do Channel 4 destinado a encontrar novos talentos da escrita”.
Sem Comentários