Uma discussão tremenda sobre contratos, cláusulas e se irão ou não atirar Denji aos lobos – ou, neste caso, aos demónios. É esta a tarefa a que se entrega a 4ª Divisão Especial em “Matem o Denji” (Devir, 2023) – 3º volume do mangá Chainsaw Man -, perdida num loop temporal e sem conseguir abandonar um hotel que, por esta altura, já ultrapassou o do Shinning em poder de sufoco.
Power não se importava de sacrificar Denji para dar de frosques, até porque acaba de ter uma ideia que lhe poderá valer o Nobel. Para complicar as contas, a comida que tinham já era, abrindo lugar à paranóia de grupo. A pista para dar cabo do Demónio da Eternidade poderá estar nas palavras do próprio, a quem tentam escutar como um enigma: “Eu cresço através do medo”.
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Se Himeno usasse a sua espada quase mágica as hipóteses subiriam, mas isso implicava baixar a expectativa de vida do Aki. Mas nem este cenário desanimador impede um bate-boca intenso de Denji durante a batalha, tudo para manter o foco: “Este sangue é tão nojento que mais parece vindo do esgoto”. Uma táctica que faz com que um mestre, com uma certa queda para a bebida, faça a sua análise certeira: “Os Devil Hunters que os demónios mais temem são os que têm um parafuso a menos na cabeça”.
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Devil não desilude – como poderia? -, guardando dentro dele cantigas de amigo, de amor e toda a beleza da poesia, que vai partilhando com o mundo: “E o dia está lindo. Sinto-me como se tivesse acabado de dar uma grande cagadela…”. Denji que, de forma inesperada, se verá metido – não necessariamente de forma física – entre Makima e Himeno, percebendo quanto pesa um linguado – ou beijo de língua, usando uma linguagem menos marítima.
Um volume que guarda uma noite de copos a roçar o épico, que trará o tão desejado e inesquecível primeiro beijo, e que termina com algo semelhante a uma convenção da Black+Decker. Há, ainda, uns belos extras, que dão a conhecer mais sobre a descarada Power. Continua de vento em popa esta série.
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