Depois da publicação de One Piece, o bestseller dos mangás que reinventou a história da pirataria, a Devir saca de mais um ás e chega-se à frente com a publicação de Chainsaw Man, uma irreverente série desenhada e escrita por Tatsuki Fujimoto que, em tempos dados ao cancelamento e à rescrita da palavra impressa, é mais do que motivo para fazer a festa.
Denji, o protagonista deste inaugural “O Cão e a Motoserra” (Devir, 2023), é alguém habituado a perder peças. Já vendeu um rim, um olho e um testículo mas, ainda assim, deve 38 milhões e 40 mil ienes. Uma dívida que lhe foi imposta após a morte do pai, e que o obriga a trabalhar como Devil Hunter – ou caçador de demónios -, o trabalho mais perigoso do cardápio mas o mais propenso a baixar a conta. As perspectivas, porém, não são animadoras: “Sinto que vou morrer ainda a dever dinheiro”.
Depois de uma traição que faz com que perca ainda mais peças, Pochita, um demónio-motoserra com ar bastante fofinho, faz um pacto com Denji, que permitirá ao jovem regressar à vida como homem-motosserra, com tanto de humano como de demónio. Com esta tansformação, cairá rapidamente nas boas graças de Makima, uma devil hunter da função pública que promete educá-lo e alimentá-lo – e por quem Denji fica perdido de amores. É, como se diz nos corredores da função pública, um trabalho para a vida, ainda que aqui a coisa não seja tão animadora: “Caso ele decida deixar de trabalhar para nós ou não respeite as regras de segurança pública, será considerado um demónio e eliminado como qualquer outro”.
Como colega terá Aki Hayakana, com quem irá embarcar numa caça a um demónio infernal, que possuiu o cadáver de um ser humano. De repente, este pobretanas que dizia que “se der para ser amigo de algum demónio, não sou contra, porque eu não tenho amigos”, sente-se no topo da montanha, com uma vida própria e comida à fartazana. Só lhe falta, para a felicidade ser completa, “apalpar umas mamas”, o que poderá acontecer quando lhe é designada uma parceira sui generis e com chifres, que só se parece entender com gatos e que mente com a dentição toda.
Comédia, muita parvoíce, alfinetadas sociais e personagens de moral duvidosa, numa série obrigatória para fãs de manga sem problemas de estômago. Temos mangá.
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