O Fronteira, nome dado ao Festival Literário de Castelo Branco, regressa a 29 de março com uma missão que, para lá da Literatura, propõe também alguma Psicologia e introspecção: encontrar caminhos para a lucidez numa era de extremos.
Naquela que é a quinta edição do Fronteira, irão debater-se os perigos da uma era moderna de extremos e de pós-verdade que vai muito além da ficção. Da lista de convidados fazem parte autores e pensadores como Álvaro Laborinho Lúcio, Fernando Pinto do Amaral, Kalaf Epalanga, Patrícia Portela ou Rui Cardoso Martins.
Da programação do Fronteira 2017 fazem parte mesas de debate, lançamentos de livros, apresentações e entrevistas de vida, romance e poesia, visitas às escolas e uma feira do livro. Destaque ainda para a sessão “Do pó do palco à poeira cibernética”, com a participação de Lídia Franco e Vítor de Sousa, que, juntos, irão partilhar projectos, personagens e protagonismo, nomeadamente no maior meio de comunicação do século XX.
Parilhamos o programa para o dia 1 de Abril, onde estão concentradas as mesas, a entrevista de vida a Álvaro Laborinho Lúcio e a sessão onde participam Lídia Franco e Vítor de Sousa. A programação e novidades sobre o Fronteira podem ser acompanhadas na página de facebook.
1 Abril
Edifício da USALBI (Antigo Quartel)
10.30 | Workshop de Ilustração, por Vasco Gargalo
O cartoonista e ilustrador freelancer Vasco Gargalo, presença regular na imprensa nacional e internacional, conduz um workshop de ilustração, apresentando as ferramentas fundamentais do cartoon político. Sempre numa lógica do desenho ao serviço do humanismo.
Biblioteca Municipal de Castelo Branco
15.00 | Mesa de Debate: “Nenhum homem tem o privilégio de entender o futuro, a não ser que esteja preparado para o criar”
Que mundo esperar quando os principais líderes parecem querer desprezar o passado e o futuro? Será esta uma oportunidade para a escrita reocupar o centro do debate? Podemos pedir aos escritores, jornalistas, ensaístas, que liderem o debate sobre os grandes desafios do futuro?
Convidados: Kalaf Epalanga e Rui Cardoso Martins
15.45 | Mesa de Debate: “Qual o papel da ficção no mundo da pós-verdade?”
O discurso da ficção foi em grande parte sequestrado pelos actores políticos do século XXI. Numa altura em que na esfera pública nada é o que parece, que papel fica reservado à ficção? Poderá a literatura competir com as narrativas hegemónicas do pós-verdade?
Convidados: Fernando Pinto do Amaral e Jaime Rocha
16.30 | Entrevista de Vida: “O Chamador é chamado a depor”
Álvaro Laborinho Lúcio fez carreira na Justiça e mais recentemente tornou-se um jovem autor com uma longa carreira atrás de si. Dono de uma erudição excepcional, batida apenas pela sua condição de contador de histórias, este é um autor com especial talento para falar sobre as suas obras, os labirintos da escrita, as curvas da sua biografia, as formas como a Justiça habita a Literatura. Depois da estreia com “O Chamador”, Álvaro Laborinho Lúcio voltou à ficção com “O Homem que Escrevia Azulejos”. Que outras histórias estarão por contar? E que papel está reservado à Justiça nesta nova era dos extremos e da pós-verdade?
17.15 | Mesa de debate: “O público raramente tem razão”
Um dos lugares comuns do discurso cultural é que o público tem sempre razão, mas será que tem? Que seria de escritores como Kafka ou Bolaño se fosse o público a mandar? Escrever para o público, cada vez mais voraz de novidades e julgamentos na hora, é abraçar uma ditadura irracional?
Convidados: Maria João Lopo de Carvalho e Miguel Miranda
Moderadora: Sandy Gageiro
Centro de Cultura Contemporânea de Castelo Branco
18.20 | Mesa de Debate: “Do pó do palco à poeira cibernética”
Lídia Franco é uma actriz reconhecida por todos os portugueses, transportando consigo talento e paixão pela poesia. Vítor de Sousa tem uma carreira de décadas na representação e na nobre arte de dizer os versos dos grandes autores portugueses. Juntos partilharam projectos, personagens e protagonismo, nomeadamente na televisão, mass media por excelência do século XX. Quais são as suas memórias mais gratas? E o que podemos esperar da Cultura, do Teatro, da Poesia, na era do digital?
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