Já o conhecíamos, sobretudo, do grande ecrã, imortalizado no papel de Neo, um programador e hacker que se viu obrigado, a dado momento, a escolher entre um comprimido vermelho ou azul. Mais tarde vimo-lo agarrado a um baixo, parte de um trio musical com o muito Bowieano nome de Dogstar. Segue-se, agora, o universo dos comics, com a invenção de “BRZRKR” (G. Floy, 2024), a que não deixa de estar ligado um certo ar narcisista, apontando já ao filme que irá estrear este ano na Netflix: B, o semi-deus amaldiçoado e protagonista, é a cara mais ou menos chapada de Keanu Reeves, o que transforma este álbum num storyboard de um filme de acção onde o sangue corre às litrosas.

A vida de B foi sempre dada à violência. Há milhares de anos que vagueia pelo mundo, um imortal que deseja alcançar a mortalidade e que, no tempo presente, parece ter encontrado o seu lugar, trabalhando para o governo americano que o coloca como líder das mais violentas missões – e lhe promete, em troca, transformá-lo num tipo normal. Um governo que tem uma agenda escondida, pretendendo que este regresse à primeira vez em que percebeu o que era para, com isso, descobrir o segredo da imortalidade.

Uma história recheada de violência, onde há relíquias pertencentes a seitas e deuses da morte, às voltas com a estranha condição humana. Se gostaram de John Wick e querem vê-lo ainda mais ensopado em sangue, mais megalómano e com índices de imortalidade (ainda) mais elevados, “BRZRKR” é bem capaz de ser a vossa praia.

Para o final fica guardada uma versão de realizador, com vinhetas e cenas comentadas pelos autores, e uma extensa galeria de capas.
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