Uma espremida mas suculenta viagem, que vai de René Descartes, o fundador da filosofia moderna, a Ludwig Wittgenstein, o tipo que formou uma série de escolas e que depois tratou de lançar as sementes da sua destruição.
Não se trata de qualquer coisa como Filosofia para Totós, mas está escrito de forma acessível a quem quiser mergulhar nesta história sobre a arte permanente da inquietação – a filosofia. Mais virado para curiosos do que para especialistas, oferece um olhar sobre o moto da filosofia analítica: “…descrever o conteúdo das conclusões e dos argumentos filosóficos e não os contextos em que estes ocorreram ou as influências que estiveram na sua origem”.
Acompanhamos, em jeito de introdução, o surgimento da filosofia moderna, percorrendo brevemente o conceito de substância, a natureza dos universais, o argumento ontológico, o livre-arbítrio e a natureza humana ou a rejeição da escolástica.
Dividida em 5 partes, esta “Breve História da Filosofia Moderna” (Guerra & Paz, 2022) centra-se no Racionalismo – Descartes, Espinosa, Leibniz -, no Empirismo – Locke, Berkley, Hume -, em Kant e o Idealismo – Shoppenhauer, Kierkegaard ou Nietzsche são aqui mencionados -, na transformação política – de Hobbes a Hegel com uns pozinhos de Marx – e, a rematar, num olhar sobre a filosofia mais recente – Frege e Wittgenstein à cabeça.
Há ainda uma bibliografia comentada, que conduzirá o leitor para “traduções dos textos mais importantes dos filósofos estudados e fornece uma breve análise crítica dos comentários que estão disponíveis”. Se andam à procura de uma história resumida sobre a Filosofia, podem começar por aqui.
Roger Scruton (1944-2020) foi um dos mais importantes filósofos britânicos das últimas décadas e um pensador tão brilhante quanto polémico. Doutorado em Filosofia pela Universidade de Cambridge, leccionou na Universidade de Buckingham e na Universidade de Oxford e foi membro do Centro de Ética e Políticas Públicas de Washington, nos Estados Unidos. Em 2016, a rainha Isabel II condecorou-o com o título de Knight Bachelor, pelos serviços prestados à filosofia, à docência e ao ensino público. Fundou a revista de orientação conservadora The Salisbury Review, que editou de 1982 a 2001, e escrevia artigos na imprensa britânica com regularidade. Publicou mais de 50 livros, entre ensaio, ficção e teatro, incluindo as obras “Breve História da Filosofia Moderna”, “Como Ser Um Conservador”, “Guia de Filosofia para Pessoas Inteligentes”, “Beleza” e “O Ocidente e o Resto”, editados em Portugal pela Guerra & Paz.
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