“Boa Noite, Punpun 3” (Devir, 2025) reúne os volumes 5 e 6 da série original assinada por Inio Asano, publicados originalmente em 2007. Continuamos a acompanhar a história de “um jovem rapaz com um vazio dentro de si” que, depois dos exames que lhe valerão a entrada no secundário, só pensa numa coisa: sexo. A questão que se lhe coloca é simples: mas com quem?

Sem conseguir encontrar palavras de consolo para Midori, Punpun encontra-se no limite da fronteira do crescimento, incerto ainda sobre de que lado estará. “Se ser criança é fingir que se sabe das coisas, e ser adulto é fingir que não se sabe nada, Punpun pensou que provavelmente ainda era uma criança”.
Yuichi, o tio de Punpun, desaparece misteriosamente – corre o rumor de que há uma mulher mais velha no caso e um valor que teve de ser pago -, e a mãe de Punpun decide convidar uma outra família para viver na casa de ambos, mas nem essa nova convivência parece conseguir preencher a solidão encerrada em Punpun, cuja relação com a mãe está perto de uma chamada para os serviços sociais.

Há, ainda, uma história paralela, na qual conhecemos um rapaz que deixa de ir à escola mesmo que tal o possa conduzir à vida de sem-abrigo – contratado como assassino -, e de um outro que, em pequeno, dizia ser capaz de ver Deus. O final, (sempre) carregado de dramatismo, abre a porta a uma nova etapa da série, que nos irá trazer o… Papá-Punpun. Uma série que se estranha e depois… se continua a estranhar (não necessariamente no mau sentido).
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