Esqueçam Oliver Tsubasa, o espírito de equipa e todos aqueles campos de futebol que pareciam ter quilómetros de vida. O Japão encheu-se de si, mudou de táctica e, para criar o melhor avançado do mundo, implementou o Blue Lock, um complexo que está cruzamento entre os Jogos da Fome e uma versão mais fofinha do Squid Game – e que, espera-se, conduza a selecção nipónica a grandes vôos futebolísticos.

Escrito e desenhado por Muneyuki Kaneshiro, “Blue Lock 1” (Distrito Manga, 2024) transporta-nos até ao Mundial de Futebol de 2018, onde após a eliminação o Japão procura compreender como poderá chegar ao topo do futebol mundial. Teieri Anri, a nova colaboradora da União Japonesa de Futebol, acredita que o Japão pode sonhar com o título mundial, precisando para isso de um implacável treinador e, sobretudo, de um avançado fora de série. Afinal, “os avançados são uma categoria à parte”.
Para isso, 300 dos mais promissores jovens avançados são reunidos e encerrados no Blue Lock, uma prisão-treino onde, ao estilo do Big Brother, os derrotados vão competindo e saindo a conta-gotas, até que o grande vencedor surja após meses de muitas guerras tácticas, choques de ego e habilidades extremas. Quanto aos outros 299, provavelmente terão de pensar numa mudança de carreira, uma vez que nunca mais poderão competir pela selecção nacional.

Ego Jinpachi, o treinador, não acredita no avançado altruista, preferindo que este seja doutorado em egoísmo, dando ouvidos ao seu instinto/monstro interior. Um dos avançados que corre por fora é Isagi Yoichi, estudante do 11º ano que, à boleia da generosidade do passe, viu a sua equipa falhar o acesso ao Torneio Nacional. Há também Igarashi Gurimu, que está longe de ser o avançado-tipo que descobrimos nas colecções de cromos, mas ou era isto ou ingressar num tempo. Ou ainda Kira Ayosuke, a estrela maior dos liceus nacionais, que acha que o melhor é nem sequer começarem a jogar e darem-lhe já a taça. Depois deste prometedor arranque, veremos que fintas nos reserva Muneyuki Kaneshiro no próximo volume.
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