Quem diria que, já no terceiro volume, Jeanie, ainda com 7 anos e ¾, teria de se chegar à frente e, que nem uma adulta já feita, lidar a preceito com umas valentes “Birras de Estrela” (Porto Editora, 2020)? Os crachás mantêm-se entre as suas preferências, a relação com o irmão continua a ser uma chatice, mas numa idade muito dada a transformações juntam-se agora – no que a preferências diz respeito – as calças de ganga com remendos, um estojo novo e porquinhos-da-Índia com chapéu. Também deixou de beber batidos, mas só depois de um dia se ter rido tanto que o batido começou a sair-lhe pelo nariz.
Nesta terceira aventura da série assinada por Sophy Henn, a Avó Sarilho, que vive a apenas oito minutos e 36 segundos de distância de Jeanie, está novamente nas bocas do mundo, mas agora pelas piores razões. Com o espectáculo mágico de natal à porta, as audições estão abertas para toda a cidade, desejosa de subir ao palco com as suas “pomposas cortinas vermelhas”. Apesar de ter de levar por arrasto o seu irmão, Jeanie junta-se a Wilf e Jack para tentarem uma estranha dança, e tudo parece correr pelo melhor com a direcção e o olho coreográfico da Avó Sarilho.
Porém, quando Bobby Truelove, “o mais parecido com uma celebridade que temos na nossa cidade”, entra em cena, a Avó Sarilho fica possessa com as luzes da ribalta, lutando com Bobby pelo maior tempo de direito de antena. Cabe assim a Jeanie vestir a pele da sua Avó e mostrar que tem aprendido com a melhor das melhores, lidando com uma birra de uma bebé de idade maior.
Mais um divertido volume em tons de rosa choque onde ficamos a saber que “as pessoas do mundo do espectáculo andam sempre de óculos escuros – por causa da luz ofuscante das lantejoulas, claro”.
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