É o segundo volume da colecção que apresenta, como protagonista, uma Avó Sarilho, que parece ter uma clara propensão para se meter em trabalhos e, para vergonha da sua neta, um gosto especial por enturmar com gente bem mais nova que ela.
Se, no primeiro volume, Jeannie – a neta – dizia gostar de crachás, biscoitos e gatos que sabiam tocar piano, agora tem como coisas favoritas luzinhas de natal, bandas desenhadas e batidos de baunilha ou morango (chocolate nem pensar). E crachás.
Em “” (Porto Editora, 2020), Jeannie começa por apresentar uma lista de razões para se gostar da sua avó, que inclui coisas tão incríveis como estar disposta a tirar a dentadura e fingir ser um pirata desdentado.
No centro das atenções está uma feira com vários concursos, seja de disfarces, animais, arranjos florestais ou vegetais gigantes, mas o problema é que a Sra. Farquar, a grande inimiga da avó de Jeannie, é quem tem a missão de decidir os vencedores. O que quer dizer que, quando na luta pelas medalhas está também a sua neta, é de duvidar que o merecimento tenha lá grande impacto.
Num volume onde se fala de concursos viciados, dos prémios aborrecidos das tombolas ou da bela da cunha, caberá à Avó Sarilho testar os limites e a paciência da sua inimiga preferida, tentando restituir aos concursos alguma alegria e sentido de justiça. As ilustrações continuam a abusar da fluorescência, com o cor-de-rosa a operar em modo choque e a garantir a exclusividade. Que todos os nossos sarilhos fossem assim.
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