É, no universo da banda desenhada, um dos segredos mais bem guardados: “O Segredo da Poção Mágica” (Asa, 2019), aquela que confere aos irredutíveis gauleses uma força sobre-humana, e que ajuda a tratar da saúde aos exércitos romanos sempre que estes tentam tomar de assalto a sua pequena aldeia – e não são poucas as tentativas.
Neste novo volume da épica colecção Astérix, escrito por Olivier Gay e desenhado por Fabrice Tarrin a partir do filme de Louis Clichy e Alexandre Astier – e, claro, a benção dos criadores Goscinny e Uderzo -, estamos mais perante um storyboard do que propriamente um álbum à Astérix, carregado de ardis, subtilezas e vinhetas. O ideário está todo lá, mas é assim como ter nas mãos o livro do filme numa versão para adultos.
“O Segredo da Poção Mágica” gira em torno do druida Panoramix que, depois de uma aparatosa queda enquanto apanha bagas no alto de uma árvore – e para salvar um passarinho -, decide que talvez esteja na hora de passar o testemundo da poção mágica, assegurando o futuro da aldeia antes que a morte decida visitá-lo.
Há, assim, que escolher um de entre os jovens druidas da Gália que, com o tempo, irá assumir o controle do caldeirão da mais irredutível aldeia de toda a Gália. Anunciado aos sete ventos como uma espécie de concurso, a notícia acaba por chegar aos ouvidos do terrível Enxofrix, que tudo fará para roubar a lugar a Panoramix e, simulando um pacto com César, fazer-se ao domínio do império romano.
Sabendo das dificuldades e do objectivo dos gauleses, que estão longe de ter as reservas de poção num nível aceitável, os romanos atacam com tudo. Chegará Panoramix a tempo de preparar a poção antes que a aldeia seja tomada? E a quem será entregue o segredo da mais temida arma pelo império romano?
Ainda que esteja longe de satisfazer o Astérixiano mais nerd, “O Segredo da Poção Mágica” serve para revisitar a aldeia predilecta dos leitores de banda desenhada que, por esta altura, já estarão a sonhar com o sucessor de “Astérix e a Transitálica“, que chegará em Outubro deste ano com o título “A Filha de Vercingétorix.”
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