Não será normal que um livro, naquilo que poderá ser lido como uma espécie de prefácio, comece por fazer uma apologia da gralha, tudo em nome da autenticidade dos diálogos. Normalidade, porém, é estado alheio à série mangá Assassination Classroom que, ao décimo quinto volume, continua a manter o entusiasmo no ponto máximo.
Nesta “Hora da Tempestade” (Devir, 2019), os alunos da turma 3-E continuam a evoluir, seguindo o mantra todos os dias recitado pelo professor e mentor Korosensei: “Assassinem com orgulho no peito e um sorriso no rosto“.
Neste volume fazemos mais uma viagem ao passado para conhecer a história de Asano, bem como o ponto de viragem que o transformou num monstro após a morte de um antigo aluno: “Se não os ensinas a serem fortes, a educação não serve para nada“. Foi ao embalo desse mote que reabriu a escola, não olhando a meios para criar alunos fortes mesmo que, para isso, fosse necessário sacrificar alguns pelo caminho. Uma alma que chegou ao ponto de ruptura, e que num exercício de introspecção diz algo como isto: “Fui abandonado tanto pelos fracos como pelos fortes. E agora, à minha frente, só há morte e mais nada“.
Continua-se, também, a listar as fraquezas do Korosensei, como por exemplo a nº 35: “Fica furibundo quando conduz“. É igualmente tempo de a escola mostrar o que vale quanto às artes teatrais, cabendo à turma 3-E surpreender todo o mundo ao apresentar uma peça com o título “Palavras que deixam cicatriz”.
A grande surpresa está, porém, reservada para a revelação da verdadeira motivação de um dos alunos da turma de Korosensei, que tem vivido em dor constante e com um sorriso nos lábios – tudo para servir um desejo de vingança.
Para além de um salvamento inesperado, que poderia ter sido sacado a uma missão Cruisiana, assistimos ao início da história sobre o passado de Korosensei, que nos deixa a salivar pelo próximo volume. Continua incrível esta série.
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