Continuamos a mostrar o que está à chegar às livrarias neste arranque de novo ano. Seguem-se, à boleia do comunicado que nos chegou às mãos, todas as novidades de algumas das editoras do Grupo BertrandCírculo para o primeiro trimestre de 2023: Bertrand Editora, Pergaminho, Arteplural, Quetzal e Temas e Debates.
Bertrand Editora
Ficção
A Bertrand Editora começa o ano com um dos romances mais aguardados do momento: “O Reino dos Malditos”, de Kerri Maniscalco, o primeiro volume desta aclamada trilogia: Emilia Maria di Carlo só descansará quando cumprir a sua vingança, contudo quando se trata dos Malditos, sete príncipes demoníacos nascidos da escuridão e da luz da Lua, nada é o que parece… qual será o preço do seu desejo? Repleto de magia, intriga, aventura e mistério – e de uma paixão inebriante –, esta fantasia deliciosamente negra inscreve Maniscalco como uma das vozes mais originais neste género literário.
Também em Janeiro, mas vindo do frio da Finlândia, Max Seeck regressa às livrarias portuguesas com “A Irmandade do Gelo”, um thriller no qual regressa também a personagem de Jessica Niemi, inspectora da Unidade de Crimes Violentos da Polícia de Helsínquia. À atmosfera sombria e inquietante do policial nórdico, Seeck acrescenta capítulos de um ritmo devorador, e… o corpo mutilado de uma mulher, que dá à costa de uma praia gelada, não muito longe do velho farol de Söderskär.
Por fim, caberá a Kristin Hannah fechar Janeiro com “O Regresso”. A autora, que se reinventou ao longo de uma carreira de mais de 20 anos, oferece aos leitores uma narrativa poderosa na qual explora a paisagem íntima de um casamento em crise e o comovedor preço da guerra, lá e cá.
Já em Fevereiro, a Bertrand trará aos leitores de Stephen King um livro especial no catálogo do autor: “Os Olhos do Dragão”. Um mundo mítico de aventura, intriga e terror, um mundo de dragões e de príncipes, aconchegado na imaginação de todos nós. Vampiros, espíritos malignos e criaturas rastejantes e disformes são motivos narrativos que todos associamos às obras do mestre.
Fevereiro é ainda mês de novos romances de Robin Cook e de Danielle Steel. O primeiro com “Viral”, thriller médico impetuoso no qual desvenda o lado mais negro de uma indústria implacável que se alimenta dos doentes e indefesos; Danielle Steel, diva da literatura romântica prestes a atingir em 2023 a cifra de um mil milhões de livros vendidos em todo o mundo, traz-nos em “Dádivas Preciosas” personagens e cenários inesquecíveis, num livro inspirador sobre aquilo que de nós deixámos àqueles que amamos.
Há romances de estreia bons, alguns manifestamente bons, e há primeiros romances que são como que um terramoto que nos desloca o chão, explosões inesperadas e espantosas que ocorrem dentro de quem lê. Março é o mês de um destes romances, com “Pança de Burro”, de Andrea Abreu, um retrato destemido e belíssimo do fim da infância e da entrada na adolescência, através da história de amizade, da paixão romântica e do despertar do desejo erótico entre duas raparigas, duas raparigas que foram «feitas como as coisas que nascem para viver e morrer juntas», mas não só. Um livro que nos leva ao tempo em que tudo na cabeça, no coração – e no corpo – acontece pela primeira vez. Andrea Abreu é uma onda do mar canarino que nos engole da primeira à última página, seleccionada aos 26 pela revista Granta como uma das melhores escritoras com menos de 35 anos da literatura espanhola e hispano-americana contemporânea.
Março traz ainda outras duas estreias prometedoras. “Uma Luz no Escuro”, de Stacy Willingham, será um dos grandes thrillers de 2023. De sensibilidade apurada, magistralmente escrito e bem urdido, é um romance que prenuncia uma carreira de grande fulgor no género. Chloe Davis vive com o peso de um pai que 20 anos atrás confessou os homicídios de seis raparigas adolescentes. Agora, quando desaparecimentos em tudo semelhantes aos anteriores tornam a acontecer, Chloe resvala para uma espiral sombria, mas determinada a resolver o mistério da existência de um assassino inspirado pelos crimes do passado. Uma bona fide rising star, como se referem a Willingham nos Estados Unidos, e uma obra que terá adaptação televisiva por Emma Stone, em parceria com a HBO Max.
Radicalmente diferente, “O Covil de Pompeia”, de Elodie Harper, é um daqueles romances históricos invulgares que, partindo de uma pesquisa profusa e apurada, nos dá a ler uma narrativa envolvente e riquíssima em detalhe histórico, electrizante nas cores, cheiros e sons da cidade romana e dos seus habitantes no ano 74 da nossa Era, e que ao mesmo tempo podemos ler frente ao espelho da contemporaneidade, onde a igualdade, a autonomia do corpo e a segurança continuam a ser campos de batalha, vezes demais mortais, para as mulheres. Acompanhamos o destino de Amara, mulher livre feita «loba» contra a sua vontade – vendida como trabalhadora sexual no infame lupanar de Pompeia –, que pretende escapar da brutalidade desta vida, enquanto entre um conjunto de personagens absolutamente cativantes se forma uma união no feminino, aqui com uma voz que raramente nos é dado escutar.
Março encerra com “O Hotel”, de Pamela Kelley, autora bestseller e verdadeiro poço de energia da ficção romântica. A leitura escapista perfeita para mergulhar numa saga familiar de pendor romântico, onde não faltam segredos, e tudo no mais exclusivo hotel de luxo e charme das praias de Nantucket. E ainda “O Senhor do Caos”, de Robert Jordan, Livro VI da saga A Roda do Tempo, um dos mais influentes e mais célebres épicos de fantasia de sempre. É o regresso de Rand al’Thor, o Dragão Renascido, agora na iminência da Última Batalha que opõe as forças da Luz frente ao avanço da Sombra.
Novas edições de Margaret Atwood, John Grisham ou Jeffrey Archer nunca são demais, pelo que podem contar com elas nos meses seguintes. Tal como o regresso muito aguardado de Eleanor Catton, a mais jovem vencedora do Booker Prize, ou a estreia de Michael Magee – fixem este nome – com um romance de formação notável. E, claro, outras surpresas mais em cujas edições a Bertrand Editora já está a trabalhar.
Não Ficção
A iniciar o ano, e no âmbito do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, chega às livrarias, a 12 de Janeiro, “O Mestre da Fuga”, de Jonathan Freedland, distinguido como um dos melhores livros de não-ficção de 2022 pela revista The New Yorker. “O Mestre da Fuga” dá-nos a conhecer o heroísmo de Rudolf Vrba, o primeiro judeu que fugiu de Auschwitz, um homem determinado a avisar o mundo divulgando uma verdade que poucos estavam preparados para ouvir (e para acreditar…). As suas acções permitiram salvar 200 000 vidas. Freedland elevou-o ao seu lugar de direito na história do Holocausto, ao lado de Anne Frank, de Primo Levi e de Oskar Schindler.
Também a 12 de Janeiro chega às livrarias “Amamos, Porquê?”, de Anna Machin. As nossas relações afectivas – que vão das relações amorosas hetero e homossexuais ao amor religioso, do afeto pelos nossos animais de estimação à paixão por ídolos da música, passando pelos relacionamentos afectivos tóxicos – são explicadas à luz da biologia, da química, da neurociência, da psicologia e da sociologia. O que podem estas ciências dizer-nos sobre a mais fundamental e menos quantificável das experiências humanas, o amor?
O mês de Fevereiro começa com o clássico “O Príncipe”, de Nicolau Maquiavel. Um tratado sobre a política e a arte de governar que, embora tenha sido escrito no século XVI, mantém toda a sua actualidade, podendo facilmente ser transposto para os dias de hoje. De Brian Klaas chega-nos um dos melhores livros de não ficção segundo a Kirkus Review: “Corruptíveis” vem desafiar as nossas assunções básicas sobre o poder e constitui um guia para termos melhores líderes. Baseia-se em mais de 500 entrevistas com alguns dos principais líderes mundiais – dos mais nobres aos menos recomendáveis —, incluindo presidentes e filantropos, bem como rebeldes, cultistas e ditadores para tentar compreender o que acontece quando se alcança o poder. Será que o poder nos corrompe ou atrai os mais corruptíveis?
A 16 de Fevereiro, “Gestão Moderna – Sucesso nos Negócios Tradicionais e Digitais”, de Adriano Freire, chega às livrarias. Este projecto é o fruto de muitos anos de trabalho do autor no âmbito da consultoria e da formação com empresas em todo o mundo, de pesquisa bibliográfica e de reflexão em torno das práticas de gestão nos negócios tradicionais e nos digitais. Trata-se de uma obra muito prática, com mais de 1000 exemplos nacionais e internacionais, figuras, tabelas e mapas.
Já em Março será publicado “A Cortina de Ferro”, de Anne Applebaum, vencedora do prémio Pulitzer. Um brilhante relato histórico de um período marcante da história da Europa, a destruição da Europa de Leste (entre 1944 e 1956), mas também uma advertência sobre o quão frágeis são as sociedades livres e quão vulneráveis podem ser perante inimigos determinados e sem escrúpulos. É considerado por muitos como uma das mais brilhantes obras de história moderna. Neste mês, num registo totalmente distinto, chega-nos “Senciência”, de Nicholas Humphrey, um extraordinário livro, que cruza aventura intelectual, ciência de ponta, e as próprias experiências inovadoras do autor. Neste livro, é contada a história da sua pesquisa para revelar a história evolutiva da consciência. Além disso, Humphrey inventou uma explicação do sentimento consciente – «consciência fenomenal» – que apresenta aqui na íntegra pela primeira vez.
Fechando o mês, em “Via Láctea – Uma Autobiografia da Nossa Galáxia”, a astrofísica Moiya McTier dá voz à Via Láctea, pondo-a a contar a sua história pelas suas próprias palavras, por vezes com uma ironia e um humor desarmantes, detalhando o que os humanos descobriram sobre ela, desde a sua formação até à morte futura da galáxia a que chamamos casa. Uma forma extraordinariamente inovadora de contar a história e o futuro do universo em detalhes acessíveis, mas com grande rigor científico.
Literatura Infanto-Juvenil
Os mais novos começarão o ano com mais um livro da Incrível Adele. “O Amor É Uma Seca!”, de Mr. Tan e Miss Prickly, chega às livrarias a 12 de Janeiro. Há um miúdo novo na escola e a Adele decide que deverá ser o seu namorado. Fácil, certo? Nem por isso! Desta vez as coisas complicam-se. «Grrr… Que ódio! O amor é uma seca!»
Na semana seguinte, ainda em Janeiro – mês em que se comemora o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto –, chega-nos o livro “Sami, o Rapaz Que Sobreviveu a Auschwitz”, de Walter Veltroni. Deportado com 14 anos para Auschwitz-Birkenau, juntamente com o pai e a irmã, Sami foi o único da família que sobreviveu. Dedicou a maior parte da sua vida de adulto a divulgar o que se passou e como tem sobrevivido a essa experiência – nas suas palavras, «para que ninguém esqueça. Para que os erros do passado não se repitam». O livro ideal para introduzir os jovens num tema complexo e importante como o Holocausto, com linguagem simples e adequada, ilustrações e fotografias.
Em Fevereiro, a Bertrand Editora publica “A Raposa Um Pouco Silenciosa”, de Nicola Kinnear. Da mesma colecção do já publicado “O Coelho Um Pouco Valente”, este é um livro que aborda vários temas como a timidez, a calma, a concentração e a coragem. Os amigos da raposa são barulhentos e não a ouvem… só que ela reparou numa coisa mesmo muito importante. Como pode ela avisar os amigos do perigo quando estes não param quietos nem calados? Uma história divertida sobre a importância de saber o que os outros têm para dizer.
Ainda em Fevereiro chega a divertida história do “Super-Batata – O Herói do Supermercado”, de Sue Hendra e Paul Linnet. Sempre que os legumes têm alguma aflição, o Super-Batata entra logo em acção! Só que, agora, há uma pequenina ervilha congelada à solta, imparável, às voltas pelo supermercado afora. Ainda por cima, uma ervilha malvada, que a todos quer magoar! Será que o Super-Batata vai conseguir vencer esta vilã? A meio do mês, “Aprendo com os Dinossauros”, de Susana Hoslet Barrios, promete horas e horas de diversão! Um livro interactivo e didáctico, com figuras em 3D para montar e que permite aprender sobre as espécies de dinossauros que habitaram o nosso planeta. Mas as novidades não ficam por aqui.
O mês de Março começa com “100 Primeiros Animais”, com ilustrações de Villie Karabatzia, um grande livro de imagens que introduz as primeiras palavras aos pequenos palradores. Com muitas perguntas e um jogo de memória, é um livro que ajudará a ampliar o vocabulário relacionado com os animais de diferentes meios. Já “Willy Salva o Submarino”, de Jeffrey Archer, conta-nos a história do maior submarino do mundo, que está desaparecido algures no oceano Atlântico. O Willy não resiste a entrar em acção. Que seres terríveis terá ele de enfrentar? Será que tem a solução? Um livro reeditado com novas ilustrações, numa nova e encurtada versão, para uma nova geração de leitores do século XXI.
Em “Salvámos a Primavera”, as alterações climáticas são explicadas às crianças e às famílias, numa história bem contada e bem escrita, por dois autores portugueses, João Camargo e Joana Louçã, investigadores do tema e pais de duas crianças. Uma história com ritmo e uma ferramenta útil, para pequenos e crescidos lidarem com as alterações climáticas e com a ansiedade associada ao tema.
Pergaminho
A Pergaminho começa o ano editorial com “Karma Instantâneo”, de David Michie, um romance que traz uma visão extraordinária, hilariante e transformadora acerca da vida. Este livro faz-nos a seguinte questão: E se um dia acordássemos e descobríssemos que cada acto de generosidade era seguido de uma prosperidade imensa? Em pouco tempo teríamos o mundo inteiro a tentar compreender e a agir tendo em conta esta nova ordem.
Em Fevereiro, chega às livrarias “Gosto de Mim”, de Antti Ervasti com ilustrações de Matti Pikkujämsä. Os textos deste livro são como pequenas fábulas terapêuticas, acompanhados de imagens evocativas, que ajudam a retirar prazer e bem-estar da nossa própria companhia. Ainda em Fevereiro, “És Mais do Que Aquilo Que Pensas”, de Kimberly Snyder, combina espiritualidade, meditação e terapia, trazendo iluminação espiritual para o dia a dia ao lembrar o potencial de cada pessoa.
“Socorro, o Meu Filho não Tem Limites!”, de Augusto Cury, chega às livrarias em Março e propõe uma importante reflexão sobre a educação inteligente, os limites saudáveis e a necessidade da gestão emocional dos pais para o sucesso da formação dos filhos. Ainda em Março, a Pergaminho publica “O Horário Intermitente”, de Carola Kleinschmidt, que ensina a cada pessoa a arte de encontrar o seu ritmo certo, permitindo que seja mais criativo e confiante, assim como a ter mais energia e vitalidade. Por fim, “Pessoas Tóxicas”, de Silvia Congost, explica de forma clara e acessível como reconhecer pessoas tóxicas, explicando a sua dinâmica e prevenindo que o/a leitor/a volte a cair na armadilha, recuperando a dignidade e a auto-estima.
Arteplural
A Arteplural inicia Janeiro com “Um Tarot para o Dia a Dia”, de Sussuca Ferreira, sendo o leitor o seu próprio tarólogo – para fazer a sua leitura, basta formular uma pergunta e abrir numa página ao acaso, na qual estará uma mensagem ou uma resposta para a sua questão. Em Fevereiro, “Um Ano de Mindfulness” apresenta exercícios de mindfulness para colorir, permitindo inserir no quotidiano do/a leitor/a uma prática que lhe trará mais tranquilidade, confiança e alegria. “Signos do Amor e da Amizade”, de Maria Olinda, uma novidade de Março, é um guia que vai ajudar a compreender as características mais marcadas de cada signo, para viver mais e melhor a sua vida sentimental e emocional.
Quetzal
Começamos o ano com poemas inéditos do recém-nomeado Prémio Pessoa, João Luís Barreto Guimarães. Nascido no pós-pandemia, “Aberto Todos os Dias” chega às livrarias a 12 de Janeiro, no mesmo dia em que a Quetzal publica a biografia de Luiz Pacheco, “O Firmamento É Negro e Não Azul”, de António Cândido Franco. Do autor das biografias de Agostinho da Silva – “O Estranhíssimo Colosso” – e de Mário Cesariny – “O Triângulo Mágico” – chega a história do temível e inconformista Luiz Pacheco. Escrita de forma ágil, solta, sem preconceitos de linguagem – como se espera em se tratando de Luiz Pacheco –, “O Firmamento É Negro e Não Azul” reconstrói alguns dos períodos mais negros da vida do «escritor maldito», uma vida cheia de lendas que o próprio alimentava e que este livro revisita, investiga, redescobre e amplia.
Ainda em Janeiro, a 19, regressa às livrarias um livro obrigatório. Falamos de “Biblioteca Pessoal”, de Jorge Luis Borges. Esta é uma selecção pessoalíssima que o sábio de Buenos Aires nunca chegou a concluir. São 74 escolhas para integrar uma lista de cem livros de uma «biblioteca pessoal», que reflectem as preocupações e os gostos literários do escritor: «Desejo que esta biblioteca seja tão variada quanto a curiosidade que a mesma induziu em mim.»
Patti Smith chega à Terra Incognita a 2 de Fevereiro, com “M Train”, uma das experiências mais contagiantes para quem alguma vez foi ferido pelo animal da literatura, conduzindo o leitor pelos lugares em nome da memória que transportam. Ilustrado com polaroides da própria autora, este é um livro de viagens e uma bela meditação sobre leitura, escritores – e cafés. No mesmo mês, a Quetzal apresenta o cubano Marcial Gala em Portugal, vencedor do Prémio Alejo Carpentier, do Prémio da Crítica para o melhor livro publicado em Cuba em 2012 e do prémio do Instituto Cervantes. O romance “Chamem-me Cassandra” foi galardoado com o Premio Ñ, atribuído na Argentina. «Deslumbrante», foi como lhe chamou o The New York Times. «Mais negro e resplandecente» do que Crónica de Uma Morte Anunciada, na opinião de Junot Diaz, “Chamem-me Cassandra” é um romance de iniciação e identidade que cativa desde as primeiras páginas. Rauli tem dez anos, vive em Cuba, e sabe três coisas sobre si: 1) nasceu no corpo errado; 2) vai morrer aos 18 anos como soldado em Angola; 3) é a reincarnação da princesa de Troia, Cassandra. De compleição clara e delicada, o protagonista de “Chamem-me Cassandra” tem o dom da profecia e a maldição de ninguém acreditar nele. O autor estará em Portugal para divulgação e promoção do livro.
Damos também a conhecer o primeiro livro de Simão Lucas Pires, “A Trombeta Vaga”, que será apresentado no festival Correntes D’Escritas, na Póvoa de Varzim. Aguardem, que vão gostar – e muito. Ainda em Fevereiro, Pablo D’Ors leva-nos, com “Espanto e Encantamento”, a descobrir o poder do diminuto, do pequeno, do pormenor e da observação através das memórias de um vigilante do Museu dos Expressionistas de Coblença, depois de 25 anos como funcionário. O relato de uma vida aparentemente monótona e insignificante, mas de uma intensidade assombrosa.
2023 é o ano do muito aguardado volume V da “Bíblia”, a extraordinária tarefa de tradução de Frederico Lourenço. Chegará no início da primavera. J. Rentes de Carvalho, Jorge Carrión (com o seu Contra a Amazon) e Julian Barnes são autores consagrados que continuam a surgir com novas e cuidadas edições, ao lado de Maxime Rovere e Paul Theroux ou Susan Sontag – sem esquecer revelações nacionais.
Temas e Debates
São sempre novidade, descoberta e conhecimento, e por isso, relembramos aqui a notável reflexão sobre o País do historiador João Paulo Oliveira e Costa, “Portugal na História, Uma Identidade”, bem como “Os Otomanos”, de Marc David Baer – a grande viagem pela história do Império Otomano que, convém relembrar, também foi europeu e mediterrânico. Dois livros que desafiam ideias feitas.
A 12 de Janeiro, e porque este é o tempo de repensar velhos hábitos e de redefinir os que contribuam para o nosso bem-estar, reaproximemo-nos do mundo natural e do seu poder transformador, e vivamos na natureza e com ela em “Perder o Paraíso” da conceituada jornalista Lucy Jones, uma emocionante carta de amor numa belíssima prosa.
Uma outra urgente missiva chega em Fevereiro. «Nenhum país, nenhuma sociedade inventou o modelo perfeito que permite lutar contra o racismo e as discriminações»: no segundo mês do ano, vamos “Medir o Racismo, Vencer as Discriminações”, com Thomas Piketty, num ensaio consagrado aos meios que permitem lutar contra as discriminações mediante uma política social e económica baseada no universalismo. Imperdível.
Ainda em Fevereiro, chega o mais recente trabalho de investigação de Stephen R. Bown. Ao longo de toda a Era do Comércio, do século XVII ao século XIX, um conjunto lendário de “Reis Mercadores” desprovidos de escrúpulos governou várias partes do mundo. Stephen R. Bown produziu uma magnífica descrição das grandes Companhias de Monopólio e convida-nos a embarcar numa narrativa de grande fulgor histórico e informativo.
Este ano confirmam-se novos livros de autores que há muito admiramos e publicamos – como Karen Armstrong, Ed Yong, Thomas Piketty, Irene Pimentel, Viriato Soromenho-Marques, Daniel Goleman, Daron Acemoglu e Timothy Garton Ash – e, em algum momento do Outono, seremos surpreendidos.
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