Costuma dizer-se que não há duas sem três, uma verdade popular que David Walliams vem agora dar como certa com a edição de “As Piores Crianças do Mundo 3” (Porto Editora, 2019), onde continua a criar pequenas e nojentas histórias sobre crianças que estão verdadeiramente no mau caminho.
Desta vez, o arsenal é composto por 12 terroristas agrupados em 10 histórias: Huguinho, Zezinho e Luisinho que, ao contrário dos patos da Disney, trocam a fofura por um espírito destrutivo ao estilo de uns Dalton, lutando desde o berço por mostrar qual deles mereceria a medalha do pior dos piores; Zita Fita, a fazer fitas desde que saiu da barriga da mãe, adepta da má educação e da gritaria; Fernão Fanfarrão, um convencido de primeira que, por cada vez que manifestava a sua vaidade e se vangloriava, via a sua cabeça aumentar um pouco de tamanho; Roseta Careta, rainha em ponto pequeno das expressões faciais, seja uma “cara-de-peixe” ou a tão temida “cara de rabiosque”; Pedro Tangas, adepto de partidas tão mortíferas como colocar papel aderente no buraco da sanita ou pintar a cara de roxo e fingir que tinha sido envenenado, provavelmente desconhecedor da história de Pedro e o Lobo; Bernardete Beleza, que passa a vida fechada na casa-de-banho, com uma rotina de beleza ainda mais longa que a de Cleópatra; Valentim Olhem-para-mim, vaidoso como Narciso, que andava sempre com um espelho no bolso para se poder beijar; Amanda Manda, mandona e gozona, a personificação em ponto mais ou menos pequeno de um bully; Valter, a Vespa, um agressor algo improvável que, vestido de forma exuberante, magoa as pessoas com elaborados insultos; e Kátia Kung-Fu que, depois de horas a jogar videojogos e a praticar artes marciais com vídeos no youtube, decidia descarregar em quem aparecesse pela frente.
Claro que, como manda a tradição Walliamsiana, não poderia faltar a presença de Raj, que aqui aparece para salvar o dia e libertar o mundo de todos os seus bullies. Como sempre, as histórias de Walliams são secundadas pelas cativantes ilustrações de Tony Ross, seu parceiro inseparável. Para quem ainda não se cansou de tanta traquinice, David Walliams deixa o aviso: é bem provável que um quarto volume esteja a caminho.
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