E eis que chega ao fim uma das mais fantásticas trilogias, escrita e ilustrada para os mais pequenos, que tem como protagonistas os silenciosos e, há-os para todos os gostos, chapéus.
Depois de “Quero o meu chapéu”, que teve como figura de proa um urso, e de “Este chapéu não é meu“, onde um peixe se habituou a usar um chapéu que não lhe pertencia, a festa dos chapéus encerra com “Achámos um chapéu” (Orfeu Negro, 2016), onde duas tartarugas tentam convencer-se mutuamente sobre a quem deve caber a honra de colocar na cabeça o chapéu branco, alto e com uma fita preta que encontraram esquecido no deserto.
“Nós achámos um chapéu. Nós achámos o chapéu juntos.” Quem o diz são duas tartarugas, percebendo que lá mais para a frente um chapéu para duas cabeças será sempre sinónimo de sarilhos. Um chapéu que, ainda por cima, fica bem a qualquer uma delas.
Há, nestas páginas, um fabuloso pôr-do-sol e a realização dos sonhos quando se fecham os olhos, isto com uma poupança de cor, algures entre o preto e branco e o tom sépia, por onde espreitam pequenos apontamentos de cor. Uma história feita de silêncios, olhares e muita calma, que reserva um grande, grande final. De referir que, do mesmo ilustrador, a Orfeu Negro publicou em 2015 “O Escuro“, uma história assinada por Lemony Snicket que ajuda os mais pequenos a lidar com um dos seus maiores medos. Ou, se preferirem descer mais uns metros, “Uma Aventura Debaixo da Terra“, uma história de Mac Barnett ilustrada por Klassen.
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