Debates, concertos, cinema, teatro, performances, livrarias de rua, exposições, instalações, oficinas, mesas de autor, apresentações, leituras, lançamentos literários. É este o extenso menu que será servido, entre os dias 4 e 8 de Maio, pelo festival literário 5L, uma iniciativa da Câmara Municipal de Lisboa que celebra em simultâneo 5 L’s: Língua, Literatura, Livros, Livrarias e Leitura.
Nas palavras de José Pinho, director artístico de um festival que conta com um orçamento de 200.000 euros, a programação desenhada mostra uma “ambição desmedida”, tudo para fazer deste “um festival de referência” da língua portuguesa. Nesta edição, que vai contar com cerca de 50 convidados, o 5L irá ocupa quase trinta espaços da cidade de Lisboa.
Na longa lista de autores convidados descobrimos autores portugueses como Joana Bértholo, Filipa Leal, Patrícia Portela, Afonso Reis Cabral, Valério Romão, Catarina Sobral, Tânia Ganho, Isabel Minhós Martins, Maria do Rosário Pedreira e Nuno Júdice, autores do universo lusófono, como o angolano José Eduardo Agualusa e o cabo-verdiano Mário Lúcio Sousa, e autores de geografias diversas, como a autora alemã Anne Weber, a escritora marroquina Leila Slimani e o romancista cubano Leonardo Padura.
Da programação do festival fazem parte uma feira do livro, montada no Largo de São Carlos, encenações de teatro em duas livrarias e num hotel e vários concertos, entre os quais o “Palavra Prima – Tributo a Chico Buarque”, no Teatro Municipal São Luiz, onde subirão ao palco Jorge Palma, Luísa Sobral, Luca Argel, Garota Não e Alice Neto de Sousa.
Destaque para o ciclo de cinema no Cinema Ideal e a exposição de ilustração portuguesa no largo José Saramago, no âmbito do centenário do Nobel da Literatura. O festival irá celebrar também o centenário do nascimento das escritoras Salette Tavares e Maria Judite de Carvalho.
Numa edição que se aliou à Temporada Cruzada Portugal-França, várias das sessões da terceira edição do Festival Lisboa 5L terão como convidados escritores franceses em diálogo com escritores portugueses. As escritoras Leila Slimani, a franco-marroquina que actualmente vive em Lisboa, e a portuguesa Dulce Maria Cardoso, que cresceu em Luanda, estarão à conversa com a tradutora e também escritora Tânia Ganho sobre “o silêncio e a escrita” (4 Maio, 18h30, Teatro São Luiz). Uma sessão – a de abertura ao público – que parte do livro “O Perfume das Flores à Noite” (Alfaguara), no qual Leila Slimani reflecte sobre a criação literária.
No dia 5 de Maio, às 17h30, no Foyer do Teatro Nacional de São Carlos, irá decorrer a sessão “P. de poesia”, que juntará o poeta francês Jean-Pierre Siméon com o poeta português Nuno Júdice. O principal tema da conversa será o ensaio “A Vitamina P: a Poesia, porquê, para quem, como?” (Trinta por uma linha), sobre as razões para a nossa verdadeira necessidade de poetas e de poesia, escrito pelo convidado que, no ano de 1986, criou a Semaine de la poésie em Clermont-Ferrand – e que é também director da colecção Poésie da Gallimard.
Nesse mesmo dia, no Teatro São Luiz (16h30), a poeta Laurine Rousselet – que edita os Cahiers de l’Approche, um folheto trimestral bilingue de poesia – irá estar à conversa com Filipa Leal, cabendo a moderação ao académico Fernando Cabral Martins.
A 6 de Maio, o escritor francês Laurent Petitmangin, distinguido recentemente com o Prémio Femina dos Estudantes pelo romance de estreia “Quando a Noite Cai” (Bertrand Editora) – que fala sobre os choques geracionais entre um filho que segue o caminho da extrema-direita e um pai socialista -, estará no Foyer do Teatro Nacional de São Carlos (21h00) para uma conversa com o jornalista João Paulo Sacadura.
O angolano José Eduardo Agualusa é o convidado da sessão da noite de abertura (21h, no Teatro São Luiz), onde irá falar sobre os temas do seu livro de crónicas “O Mais Belo Fim do Mundo” (Quetzal) com Paulo Werneck, jornalista e editor brasileiro e também director da recomendadíssima revista literária quatro cinco um.
O escritor cubano Leonardo Padura, criador do detective e muito bom garfo Mario Conde, conversará com o jornalista e escritor espanhol José Manuel Fajardo sobre literatura policial (5 Maio, 19h00, Teatro São Luiz). A escritora Anne Weber estará à conversa com Richard Zimler sobre o livro “Annette, Epopeia de Uma Heroína” (Dom Quixote), pelo qual recebeu o Prémio do Livro Alemão 2020, livro que narra episódios da vida da médica francesa Anne Beaumanoir (7 Maio, 18h00, no Teatro São Luiz).
A escritora angolana e portuguesa Yara Monteiro, autora de “Essa dama bate bué”, e o escritor e músico de Cabo Verde Mário Lúcio Sousa, autor do “Manifesto a Crioulização”, debatem numa mesa coordenada por Catarina Martins, especialista em estudos pós-coloniais e estudos feministas, a consciência afrodescendente e a redescoberta da herança africana na literatura em língua portuguesa (5 Maio, 16h00, Foyer do Teatro Nacional de São Carlos).
A entrada nos ciclos de cinema e nos concertos é paga, embora a maior parte das iniciativas sejam gratuitas. Programa e mais informações disponíveis no site oficial do 5L.
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