“Lucas sabia que tinha nascido para voar“. Um sonho comum à maior parte da pequenada mas que, nele, implicava estar diariamente e de olhos abertos apaixonado por pássaros e pela trajectória dos aviões, tendo começado desde catraio a “magicar um milhão de asas, (…) sem qualquer êxito, claro“. Até escrevia cartas ao Pai Natal, e nem o facto de a mãe lhe dizer que existiam outras formas de voar o fez assentar os pés na terra.
A partir do momento em que recebe um livro das mãos da sua mãe, começa a devorar volume atrás de volume, travando amizade com personagens como o Principezinho, o Yéti ou o incrível King Kong.
Desde vizinhos a amigos – e também os amigos dos vizinhos -, toda a gente lhe começou a oferecer livros, que começou a acumular numa pilha de onde não saía por nada, e que a cada dia ia subindo mais alto. Tão alto que acabou por aparecer na TV, tornando-se numa atracção mundial. Até que alguém se lembrou de perguntar: mas como é que o Lucas vai agora descer?
“A Montanha de Livros Mais Alta do Mundo” (Jacarandá, 2018), de Rocio Bonila, exalta o poder da imaginação, na passagem da infância para uma pré-adolescência, momento onde os ensinamentos dos pais são olhados como uma tremenda chatice.
As ilustrações, onde dominam as aguarelas, contêm um traço delicado, seja na forma como apresenta ao leitor os animais, dispõe objectos como barcos, livros ou naves ou nos mostra um rapaz perdido no mundo das páginas impressas.
1 Commentário
estas informações foram muito uteis para o trabalho da minha escola!❤️☺️☺️