Quem conhece a madrasta da Branca de Neve? Ou a da Cinderela? E todas as outras madrastas que habitam em tantos outros contos infantis? Madrastas conhecidas pela sua maldade: são más, sem coração, pouco afetivas, incapazes de dar um abraço. Mas será que todas as madrastas são assim?
A Teresa, a menina desta história, tem uma madrasta. Está assustada e com muito receio, pois só conhece as madrastas más dos contos infantis e de fadas. Será que a sua madrasta é uma pessoa de coração amargo?
Joana, a madrasta, está atemorizada por ser madrasta. Conseguirá ser uma madrasta diferente? Ser um porto seguro, uma boia no mar alto ou, simplesmente, uma guardadora de segredos?
A madrasta de Teresa não é como as dos contos infantis. Afinal, as madrastas, na vida real, não são como as das histórias. Há madrastas boas, que abraçam e dão colo; que beijam para minimizar todas as dores; que sabem cantar uma canção capaz de espantar a tristeza. A madrasta não é estranha à família, pelo contrário: é a família.
Nesta história de madrastas há também lugar para as mães. Teresa, com a ajuda da sua mãe, liberta-se do receio de não ser acarinhada por Joana.
“A Minha Madrasta” (Porto Editora, 2024) é um livro delicioso, despreconceituoso, afectivo, elogioso, dialogante, que oferece ao leitor a oportunidade de o ler a par – quem sabe com a madrasta.
A ilustração, em plena harmonia com o texto, amplia o sentido das frases curtas e incisivas. A paleta de cores transforma-se para abraçar cada situação ou emoção. As guardas, iniciais e finais, comunicam através de uma linha que desbrava o caminho de uma casa a outra – talvez da casa da mãe à casa da madrasta.
Inês Neves Rosa é filha, enteada, madrasta de uma menina de 9 anos e mãe de uma menina de 4 e de um menino de 1. É Mestre em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, jurista, advogada e apaixonada por Direito da Família e por Psicologia. Quando se tornou madrasta, sentiu-se muito desamparada. Para que mais nenhuma mulher se sentisse assim, criou a página de Instagram @somos.madrastas.pt, onde usa a sua voz para combater o estigma que envolve esta figura.
Mariana Dimas é Mestre em Ciências Farmacêuticas pela Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, e trabalhou cinco anos na área – quatro dos quais num hospital em Maputo (2012-2016). Porém, as Artes Plásticas e a Fotografia sempre foram um grande apelo, e foi em Moçambique, através do contacto com a arte africana e os artistas locais, que esta paixão se concretizou, começando a pintar com acrílico intuitivamente. Ao regressar a Portugal em 2016, decidiu finalmente abraçar a carreira artística como modo de vida. Frequentou aulas de fotografia, cursos de desenho, concluiu a pós-graduação do Mestrado em Ilustração e Animação do IPCA e integrou uma equipa de criativos na agência HUND, em Braga, trabalhando como fotógrafa e ilustradora.
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