Não estamos nos Açores mas a verdade é que, pela descrição, poderíamos andar muito lá perto: “Bem-vindos de novo a Vale de Bocejo, às suas colinas verdes e vacas, vacas, vacas. A erva cresce, as colinas erguem-se, as vacas mugem. Quem se rala com isso?”
Fala-se aqui do regresso de “A Dupla Terrível Ainda Pior” (Planeta, 2016), constituída por Miles Murphy e Niles Sparks, os membros de um clube secreto de duas pessoas conhecido como Dupla Terrível. Um clube que se dedica, com muita paixão e anonimato total, a uma única e muito nobre tarefa: pregar partidas.
Mas será depois de uma terrível e nauseabunda partida, que envolve um famoso queijo de Limburgo – conhecido por cheirar a chulé -, que a vida da dupla vai mudar para pior. É certo que “uma boa partida exigia um bom pato“, mas quando o director Barkin é alvo de mais uma partida o seu pai, o tenebroso director Barkin Senior, regressa da aposentação para tomar em braços os destinos da escola, decidido a exterminar qualquer traço de diversão. Adeus trabalhos de grupo ou Dias de Pijama.
A partir do momento em que falham a partida de boas-vindas, que envolvia qualquer coisa como a pimenta mais picante do mundo – que “frita línguas, queima gargantas, faz com que os estômagos queiram saltar dos corpos” -, percebem que o “pato” deu lugar a uma “doninha”, alguém que, por usar suspensórios e um cinto ao mesmo tempo, não passa de “um idiota puritano, um presumido emproado, um moralista, um desmancha-prazeres, um bota-de-elástico, uma doninha fedorenta“. Mas quando está em campo uma dupla constituída por Miles e Niles, há sempre uma solução para ultrapassar as dificuldades e trazer o humor de volta à escola. Com textos de Jory John e Mac Barnett, servidos com as ilustrações de Kevin Cornell, esta dupla terrível é uma das mais divertidas propostas que os mais novos vão poder encontrar nas livrarias.
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