Tão simples, económico e genial que parece saído de uma campanha publicitária. Como se, por momentos, Don Draper tivesse posto a agência em pausa e espremido o seu talento de copywriter para dentro de um livro infantil.
Um livro sem ilustrações, onde parecemos estar diante de uma parede pintada num rosa fumado a que faltam algumas demãos, e na qual vão surgindo, sempre em posições diferentes, ordens escritas, que soam a grafitti gramatical em desespero. Escrito ao estilo de um manifesto corporal, nunca “A Comichão” (Pato Lógico, 2021) nos foi tão bem explicada.
Eleonora Marton é uma ilustradora italiana que vive em Londres. Estudou arte e design na Accademia di Belle Arti em Veneza e, por estes dias, passa o seu tempo entre projectos pessoais, comissões e livros. Expôs posters e ilustrações internacionalmente e diz ter como inspiração os aspectos mágicos, românticos e irónicos do dia-a-dia. As suas ilustrações simples e fortes são, muitas vezes, acompanhadas de lettering, usando frases curtas para sugerir histórias mais longas. É autora do BIY ABC (Cicada, 2016), Bigger (Cicada, 2017) e Monstres de Maison (Grasset Jeunesse, 2020). “A Comichão” é o primeiro livro que publica em Portugal.
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