Num fundo de um intenso amarelo, perfilam-se uma série de gaiolas unidas por fios, mostrando-nos um colorido sortido de passarada. “A Canção do Pássaro Toc” (Akiara, 2024) pode ser tema para ficar fora da corrida a um Grammy ou a um Brit, mas tem rimas suficientes para valer uma assobiadela.
Para se ser um pássaro toc, há apenas duas condições: “ser um pássaro e fazer toc”. Esta é a história de um deles, o Pássaro Toc. Uma criatura que gosta de madeira, de voar e do mar, triste com a sua condição de viver “numa gaiola de metal”.
Mas isto é como diz a sabedoria popular: quem canta seus males espanta e, seja blues ou seja rap, o leitor poderá brincar com palavras como al-toc, sal-toc ou pa-toc, inventando outras tantas pelo caminho.
Um hino à música, que aqui surge com o espírito de Abril e sob a forma de uma arma libertadora. Se uma gaiola é feita de medos, há também uma história em cada uma delas por contar.
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