Hugo Vieira Costa é um dos novos autores portugueses, que começou a escrever nas redacções do Diário Económico e do Jornal de Notícias. “8 Mulheres e ½” (A Esfera dos Livros, 2018), o seu segundo livro, é uma colectânea de contos, nove histórias muito modernas e actuais sobre os modos de vida, as opções e o lugar e papel desempenhados por homens e mulheres numa sociedade pós-feminista – mas que, em si, contempla todas as ambiguidades e fragilidades dos novos modelos sociais obrigatoriamente assumidos.
São histórias bem contadas, por vezes intencionalmente contadas, por vezes com sobressaltos e solavancos, mas de fino recorte humorístico, envolvendo sempre mulheres. Estas aparecem (nem sempre como personagens principais, mas sempre como personagens centrais) no estatuto de namoradas, amantes, mães, ex-mulheres ou num estatuto presumido, simplesmente porque são estranhas e estão a ser observadas. Mulheres que têm histórias difíceis de esquecer, vidas adiadas, sonhos por atingir e cumprir e muitas outras (im)perfeições e (in)cumprimentos que conduzem o leitor numa viagem muito interessante e esclarecedora – mormente nos três contos mais empolgantes : A Última Lição, Geometria Descritiva e Sexta-Feira Louca.
Nestas narrativas curtas e bem desenhadas, as personagens (e cada um de nós) são confrontadas com os seus próprios destinos, muitos deles dramaticamente difíceis e até tocados pelo abuso e pela falta de consideração humana e interpessoal.
Livro este que é um “verdadeiro murro no estômago” sobre as aparências e o contraponto do Ser e Sentir dos humanos que, obrigados a viver numa sociedade ainda cheia dos maiores contrastes entre a liberdade e a moral, quer a nível pessoal/afectivo, quer a nível familiar ou profissional, se tornam capazes das maiores cobardias, falsidades, insensibilidades e indiferenças.
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