7 Poemas para um Mundo Novo estreia hoje, dia 1 de Outubro, em três locais de Portugal – e praticamente em simultâneo: no Largo do Intendente, em Lisboa, às 21h00; na Fundação Lapa do Lobo, em Viseu, às 21h30; e na Biblioteca Municipal de Beja, também às 21h30.
Um projecto que nasceu antes e cresceu durante a pandemia, saído da cabeça dos seus criadores, Fernando Mota e Violeta Mandillo, “num dia em que Fernando andava a recolher carvalhos em Montemuro para construir instrumentos-árvores, como a Hárvore, metade árvore, metade harpa, que dá o mote a esta história de encontros felizes” – como se lê no press release.
Do convite estendido por ambos ao realizador Mário Melo Costa nasceram sete pequenos filmes com textos inéditos de Andreia C. Faria, António Barahona, Joana Bértholo, José Luís Peixoto, Marcos Foz e Vasco Gato, e um texto de Mário Cesariny que ganham vida nas vozes de actores portugueses. Ana Sofia Paiva, Angelo Torres, Cláudia Andrade, Diogo Dória, Luís Miguel Cintra e Natália Luiza e Tiago Mota, a única criança do grupo, são os responsáveis pela declamação dos sete poemas, que exprimem as reflexões dos autores sobre o período de quarentena e sobre o que sonham ou temem para o Mundo Novo que se avizinha.
Enquanto se ouvem as declamações, Fernando Mota toca instrumentos criados a partir de materiais naturais, que podem ser tão efémeros como uma cítara criada a partir de um sobreiro caído num dos locais de gravação.
As filmagens, a cargo do realizador Mário Melo Costa, tiveram lugar em locais ao ar livre como a serra, a praia e até uma sucata. As reflexões sobre os dias de rodagem podem ser lidas no Diário de Bordo no site do projeto, que podem visitar aqui.
Fernando Mota, um dos autores de 7 Poemas para um Mundo Novo, descreve desta forma o projecto: “Este projecto é sobretudo sobre a vulnerabilidade. A da nossa espécie. A dos nossos corpos. Das nossas vidas. Da construção a que chamamos de sociedade. Começa por ser inspirado pela pandemia, pela quarentena, pelo que queremos, sabemos ou conseguiremos fazer deste Mundo. Depois os instrumentos e objectos sonoros que estou a criar para estas viagens são feitos a partir de matérias orgânicas e naturais, em constante mutação pela acção da temperatura, humidade, sempre no limiar de (des)afinarem, de se desconjuntarem ao mínimo movimento. E depois as vozes, dos poetas, dos actores, vozes que habitam corpos que tentam voar mais longe, mais alto. E que caem. E que voltam a levantar-se. E a voar. E a cair”.
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