“As verdadeiras inovações não vêm numa brochura lustrosa: dão forma ao nosso mundo quer as compremos quer não.”
Numa altura em que o mundo parece ter sido tomado de assalto pela tecnologia, torna-se difícil imaginar um tempo em que estas não dominassem cada minuto das nossas vidas. Mas assim foi, num passado não tão longínquo quanto isso. O mundo como hoje conhecemos mudou ao longo do tempo e Tim Harford resolveu reunir em livro “50 Coisas que Mudaram o Mundo” (Objectiva, 2018).
São ao todo cinquenta invenções, das mais simples às mais sofisticadas, que marcaram o tempo e mudaram o curso da história. O autor não procura identificar as mais importantes ou economicamente mais significativas, mas antes mostrar que cada uma tem por trás uma história para contar. “Uma história que nos ensina algo sobre a forma como funciona o nosso mundo e nos ajuda a dar atenção a alguns dos milagres quotidianos que nos rodeiam, muitas vezes nos objectivos mais insignificantes”.
Ler “50 Coisas que Mudaram o Mundo” é entrar numa viagem pelos momentos mais marcantes da história, em que cada ponto do percurso é uma inovação, desde o arado à lâmpada eléctrica, passando pelo gramofone, o papel, o arame farpado, o código de barras, a pílula, a estante Billy do Ikea, o código de barras, robôs e videojogos, ou até mesmo a propriedade intelectual, o banco e os paraísos fiscais.
A partir de cinquenta invenções específicas e oferecendo pormenores fascinantes, o autor dá-nos a perceber como funciona a economia mundial. A escrita de Tim Harford é envolvente, tornando compreensíveis conceitos à partida complicados, com histórias que revelam e nos fazem pensar para lá do óbvio.
Livro para ler de um fôlego ou para ir descobrindo capítulo a capítulo, invenção a invenção, “50 Coisas que Mudaram o Mundo” espicaça a curiosidade e faz reflectir sobre a transformação da sociedade, sempre com um olhar no progresso e no futuro.
O autor ensina a apreciar o valor das ideias antigas — afinal, como o próprio o diz, “as velhas tecnologias têm o hábito de perdurar. Ainda usamos lápis e velas” —, mas também a estimular as boas ideias encorajando a inventividade humana, mesmo sabendo que nem todas serão positivas e que “novas ideias tendem a criar perdedores tanto quanto vencedores”.
“A característica de uma tecnologia revolucionária é que muda tudo — é por isso que lhe chamamos revolucionária. E mudar tudo exige tempo, imaginação e coragem — e por vezes só se consegue com imenso trabalho.”
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