Grandiosidade. É esta a palavra que melhor define Timmy Fiasco, treze letras que o pequeno herói orgulhosamente exibe numa grande bandeira desfraldada ao mundo.
Depois de “Sempre a meter água”, livro que nos apresentou ao fundador, presidente e administrador da agência de detectives Fiasco, Lda., “Olha só o que fizeste!” (Booksmile, 2014) coloca a Timmy o maior desafio da sua (ainda curta) carreira: ganhar o concurso de detectives organizado pela sua escola.
Para Timmy, não há outro desfecho possível que não acabe com deitar a mão aos quinhentos dólares do prémio e começar a expansão mundial da agência, abrindo a primeira sucursal no Peru. Porém, quando a entrega da candidatura é deixada para o último instante e Corina Corina, a sua mais temível concorrente, entra na jogada, o que parecia ser uma brincadeira de bebé vai lançá-lo numa perigosa aventura, colocando-o dentro dos portões da perigosa Academia Glouberman.
Como se o concurso não fosse assunto suficiente para ocupar a sua cabeça, Timmy terá ainda de lidar com o perigoso Minnie – a quem todos os dias entrega o dinheiro para o almoço -, enfrentar o espírito stalker de Molly Moskins, passar tempo com a sua tia-avó e a super-invenção como o nome de rodinhas bum-bum e, ainda, disciplinar o seu sócio, um urso-polar que parece ter como únicas preocupações comer e dormir – ainda que a primeira preocupação ocupe um lugar maior de destaque.
Com um sentido de humor a tocar no ponto do delírio, as aventuras de Timmy Fiasco são do que de melhor se pode oferecer a um jovem e iniciante leitor – livro recomendado a partir dos 8 anos -, que verá espelhadas as suas primeiras dúvidas existenciais: o despertar das paixonetas, o (necessário) controlo parental, a escola como uma selva onde se escondem muitos perigos mas, também, uma singular beleza (ainda que esta pareça estar a hibernar numa gruta inóspita). A grandiosidade mora definitivamente aqui.
Sem Comentários