A culpa é dos gregos. Não da crise do euro, não do suposto culto de um apurado sentido de irresponsabilidade, nem sequer por apresentarem a conta com caracteres alemães e um atraso de algumas décadas. A verdadeira culpa dos gregos é o terem criado «muitas das palavras e conceitos que ainda hoje usamos para chamar os bodes pelos nomes, a começar por Theatron, “lugar de onde se vê”, e drama, que significa “fazer acontecer”.» Ou seja, são culpados dos sete costados pela invenção do Teatro, considerada a quinta das artes maiores.
Com textos de Ricardo Henriques e ilustrações de André Letria, “Teatro Atividário” (Pato Lógico, 2015) é um misto de enciclopédia e livro de actividades que, de A a Z, mostra o Teatro como uma arte que tem muitas outras lá dentro.
Impresso na tela branca do papel a preto e amarelo, este livro propõe, para muitas das entradas apresentadas por ordem alfabética, vários desafios: ouvir a canção “Lá em baixo” do Sérgio Godinho de olhos fechados e boca aberta; definir muito bem um objecto que (não) se agarra na mão antes de o passar a outra pessoa; vestir, durante um dia inteiro, a pele de uma outra personagem, copiando-lhe o vestuário e todos os tiques e maneirismos.
Cheio de referências artísticas, históricas, científicas ou filosóficas, o convite faz-se a miúdos e graúdos para conhecerem o universo do Teatro, tão cheio de comédias, dramas e tragédias. Tal como a vida.
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