Se há coisa de uns anos atrás as tascas eram olhadas como um antro onde apenas pessoas de má fama buscavam sórdidos prazeres, hoje em dia o cenário é bem diferente. Mesmo que, em boa verdade, muitas dessas tascas mantenham um ar nível de arrumação e limpeza tão elevados quanto as feiras de rua que povoam o mundo de A Guerra dos Tronos.
Com o alto patrocínio da Aldeia Velha, essa grande instituição que nos anda a servir aguardente desde 1927, Tiago Cruz e Marco Dias decidiram pegar no mapa de Lisboa e traçar um roteiro daquelas que consideram ser as melhores tascas de Lisboa.
Em “Tascas Lisboa” (Oficina do Livro, 2015) os autores defendem, logo a abrir, que uma tasca é um lugar onde o “chefe” dá lugar ao “ó chefe”. Depois de um índice onde é mostrado ao leitor quais das 25 tascas disponibiliza o santo triunvirato constituído por caracóis, sardinhas e cozido, mergulhamos numa viagem de A – começando por A Bota Velha – a Z – cabe ao Zé Pinto fechar a loja – pelas ruas e bairros de Lisboa, em busca de “petiscos cozinhados por mão sábia em panela experiente”.
Para cada uma das tascas incluídas neste manual do bem comer sem gastar muito, indica-se: o nome, o bairro/zona, a morada, o telefone, o horário, os dias de fecho, o clube da casa, nota sobre se tem TV e/ou Sport TV (em relação à Benfica TV vão ter de ligar), bem como disponibilidade sobre pagamento com multibanco ou cartão de crédito. Preços é que nem vê-los, a não ser em algumas das muitas fotos que ilustram esta viagem pelo lado mais escondido da gastronomia alfacinha.
Mais do que um esmiuçar de menus e ementas ou um piscar o olho à crítica gastronómica, este é um livro onde o leitor poderá encontrar muitas histórias pessoas e locais, que o farão sair de casa em busca de uma acolhedora tasca. Mesmo que só lá vá para ver a bola e beber uma aguardente, convém não se enganar na cor do cachecol.
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