Um livro que é um mapa do tesouro: o mapa espalha-se por todas as páginas, detalhe a detalhe, e o tesouro é a junção das nove letras que completam o enigmático título. Depois de descoberto, não se guarda, nem se esconde. Repete-se a sua busca e partilha-se. Por fim, leva-se tamanho bem pela vida, dia a dia.
“O meu nome é…” (Edição de autor, 2014) é o segundo livro da autora e ilustradora Rita Correia, que junta, neste trabalho, várias técnicas diferentes: a pintura, o desenho e as colagens. O resultado é um estilo muito próprio, muito bonito e muito delicado. Para quem conhece o seu primeiro livro, “Um livro para ti”, este segundo é de imediato identificado com a sua autora. Seguindo o mesmo cariz lúdico da primeira obra, Rita Correia desafia-nos agora a descobrir um nome. Um nome que é também um sentimento, uma sensação, um modo de vida e um ensinamento a guardar no coração.
O livro é uma grande adivinha, cujo desfecho está mais visível do que à partida parece. As dicas estão lá todas: num pormenor inteligente e subtil da capa, revelado em contraluz; numa simples letrinha disfarçada, ou incorporada, nas ilustrações plano a plano; nas rimas repletas de significados e no verde que pinta a capa e rodeia toda a história.
A adivinha é para ser desvendada, passo a passo e por crianças e adultos em conjunto. Uns poderão demorar mais do que outros a descobrir o tal “nome”. Contudo, juntos irão ler em voz alta as nove rimas do texto, montar um pop-up de um arco-íris e completar a mini-caderneta com os selos que podem ser descarregados no blogue do projeto: http://omeunomee-livro.blogspot.pt/
Para entender essa interação que o livro reclama, entre os pequenos leitores e os adultos, nada melhor do que as palavras da mentora do livro: «A ideia é a criança aprender com o conhecimento e experiência do adulto, e o adulto por sua vez, aprender com a visão intuitiva e criativa da criança.» Missão cumprida, Rita Correia.
Sem Comentários