O novo livro de Isabel Allende, “O Amante Japonês” (Circulo de Leitores, 2015) trata de um assunto que a todos diz respeito – o amor. Este profundo sentimento e as suas contrariedades são, sem dúvida, o tema central desta obra: as intensas histórias de paixão e do amor reinantes entre Alma Belasco, uma jovem inserida na sociedade americana, e o jardineiro japonês Ichimei Fukuda, cruzam-se com o recém-chegado amor romântico entre Irina Bazili e Seth Belasco, neto de Alma. Nesta história o amor acontece de formas diferentes, de acordo com as várias etapas da vida.
A vergonhosa história dos refugiados japoneses, considerados cidadãos americanos e levados para campos de concentração no Texas durante a Segunda Guerra Mundial, é também abordada neste livro. Com clareza e objectividade, a autora revela ao leitor a hipocrisia da sociedade americana na cidade de São Francisco, utilizando para o efeito a relação da irmã de Ichimei – que sonha em vir a ser médica – com um soldado americano.
“O Amante Japonês” é um livro surpreendente, capaz de emocionar e de apaixonar qualquer leitor mais avesso aos temas do amor, transversal a todas as épocas da história, que aborda a complexidade de amar na Segunda Guerra Mundial ou a estranheza de amar na contemporaneidade. A alma do enredo passa pelos constantes mistérios que envolvem as personagens, que vão cerzindo o seu carácter às suas acções.
Recentemente divorciada aos 71 anos, Isabel Allende consegue, através do olhar da juventude, transmitir que amar com fulgor não acontece apenas na juventude, e que o amor pode ser eternizado e vivenciando para além da morte.
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