Para quem gosta de Jack Reacher, o homem que vive com a roupa do corpo e está sempre pronto para defender a justiça recorrendo a uma boa dose de pancadaria, tem em “Nunca Voltes Atrás” (Bertrand Editora, 2015) uma excelente companhia para os dias de chuva que se aproximam.
No princípio da acção, o que movimenta Reacher é a vontade de conhecer Susan Turner, a mulher que ocupou seu o lugar na unidade de Washington D.C., e que, telefonicamente, deixou Reacher com o coração em sobressalto e pronto a atravessar as linhas telefónicas. Porém, o que aparentemente parecia ser algo simples – apenas com um desfecho variável de acordo com a confirmação ou não do imaginário de Reacher -, torna-se numa imensa e conturbada aventura. A perspicácia, a habilidade e os bons dotes e atributos de luta fazem de Susan e Reacher uma dupla de respeito, um casal perfeito.
O cenário de fundo é uma acusação intrigante contra Reacher e, com o desaparecimento de Susan, vão surgindo outros argumentos associados à guerra do Afeganistão, à presença dos EUA e aos negócios paralelos de mercadorias e produtos variados. O ritmo inicial é de cortar o fôlego, depois abranda e passa, falando em linguagem equestre, de galope a trote.
Há quem diga que um bom livro é aquele que nos marca ou muda, que faz a diferença entre o antes e o depois do acto da leitura; mas há, também, quem diga que um bom livro será aquele que nos faz passar alguns bons momentos. Se for alguém que se identifica com esta segunda categoria, pode aderir com segurança a Lee Child e à série Jack Reacher.
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