Uma chuva de proporções diluviais inunda um bosque, forçando os seus habitantes a procurar refúgio num abrigo improvisado. Ainda que a segurança esteja assegurada, outras necessidades básicas vão surgindo, tais como comida e água.
Uma pequena raposa vai-se oferecendo para ajudar, mas os outros animais não acreditam lá muito nas suas capacidades – ou sequer nas suas intenções -, distribuindo todas as tarefas entre si e deixando sempre a raposa de fora. Até que esta, sem ninguém lhe pedir, consegue o impossível.
“Depois da chuva” (Kalandraka, 2015) é uma fábula moderna sobre a superação das adversidades, a adaptação ao meio envolvente e a necessidade de colaboração e entreajuda para que a comunidade subsista. Há, porém, uma leitura mais profunda, pelo facto de a protagonista desta história ser uma raposa, um animal que está para a história infantil como os banqueiros e os advogados estão um pouco para o mundo moderno dos negócios.
Esta história, escrita e ilustrada por Miguel Cerro, foi galardoada com o VII Prémio Internacional Compostela para Álbuns Ilustrados, revelando valores tão essenciais e intemporais como a solidariedade, o trabalho em equipa mas, também, a criatividade e o desejo de obter o inalcançável. As ilustrações são pequenas maravilhas, alcançando o estatuto de obras de arte quando a noite desce sobre a montanha, trazendo de volta a bonança depois de um intenso temporal.
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