Apesar de ter nascido em Penafiel no ano de 1931, pode dizer-se que Germano da Silva é, sem sombra de dúvida, um portuense dos sete costados, tendo-se mudado com a família para a Invicta quando tinha apenas um ano de idade.
Germano trabalhou como colaborador desportivo no Jornal de Notícias em 1956, publicação onde viajou de estagiário a chefe de redacção. A sua ligação ao Porto é quase umbilical: actualmente mantém uma coluna no JN intitulada “À descoberta do Porto” – e uma outra na Visão -, para além de ter publicado mais de uma dezena de obras sobre a cidade.
“Caminhar pelo Porto” (Porto Editora, 2014), a sua publicação mais recente, surge como a peça que faltava no puzzle que tem a cidade do Porto como fotografia a completar, um livro que é, segundo o seu autor, «um repositório de histórias e um guia para quem pretende conhecer o Porto dessas histórias.»
Neste pequeno guia, que fica a um passo médio das 200 páginas, é-nos servido um Porto diferente do habitual: um Porto de grande monumentalidade mas também feito de escadinhas e ruelas, onde se sente a aragem que sobe do Douro e se observa o fascínio dos recantos típicos, muitos deles localizados sobre as encostas do rio Douro.
Não será por acaso que Germano da Silva organiza regularmente percursos guiados pelo Porto, tendo inclusive recebido a medalha de mérito de ouro atribuída pela Câmara Municipal da Cidade (recebeu também uma igual atribuída pela Câmara de Penafiel). O autor apresenta-nos uma radiografia da cidade feita por alguém que a conhece por dentro, que assistiu à evolução cultural, social e urbanística da “velha urbe medieval” e que é, nos dias de hoje, uma das mais fascinantes cidades europeias.
Agora já sabe. Da próxima vez que visitar o Porto esqueça os guias da Lonely Planet – ou outros do género – e caminhe de braço dado com Germano da Silva. Ficará em muito boa companhia e o Porto, esse, surgirá aos seus olhos ainda mais cativante.
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