Se há fruto que anda a dar cartas no mundo da literatura infanto-juvenil, ele é sem dúvida o amarelo. Jeff Kinney tem levado a pequenada à loucura com o Diário de um Banana, que anda já pela sua décima aventura. Quanto a Tim Collins, despacha cachos de banana como se não houvesse amanhã. Depois de “O Diário de um Vampiro Banana” e “Bananus Maximus”, o autor britânico regressa agora com “As Aventuras de Banana Super-Herói” (Booksmile, 2015).
Josh Walker é um rapaz como tantos outros: passa por invisível na escola, tem pouco sucesso com as raparigas, está a milhas de ser popular e gosta de ler banda desenhada. Um dia, decide levar à letra o espírito dos quadradinhos e tornar-se, ele próprio, um super-herói.
Em primeiro lugar há que escolher um nome, mas aquilo que parece fácil acaba por revelar-se muito complicado. Josh pensa em seguir o caminho mais ou menos habitual de escolher um animal como inspiração, mas deixando de lado os já ocupados gatos, aranhas, ratos e morcegos parece sobrar apenas o hamster. Em alternativa pensa escolher uma das suas qualidades pessoais, mas homem-assíduo ou capitão-pontual estão longe de entusiasmar. Até que se lembra de um slogan brilhante: combater o crime é um trabalho solitário, mas alguém tem de o fazer.”
Nascia assim o Solitário, ou melhor, o Salafrário, uma vez que a mãe de Henry, o seu colega esquisito de cabelo ruivo que quer entrar no combate ao crime como o miúdo ninja, se enganou a cozer as letras no fato. Mas Josh não perde o ânimo e já pensa em todos os adereços que poderá usar, como o solistojo, onde cabem a soliborracha ou a solirégua. As primeiras missões do Solitário revelam-se desastrosas mas, quando é convidado para fazer parte da Liga dos Justiceiros Mascarados de East Dudchester, a sua vida transforma-se finalmente numa verdadeira banda desenhada.
Com ilustrações de Andrew Pinder, o seu habitual parceiro gráfico, “As Aventuras de um Banana Super-Herói” está recomendado para crianças a partir dos 10 anos, que certamente irão pensar num fato de super-herói à sua medida para tornarem a sua cidade – ou pelo menos a sua rua – mais segura. Batman e companhia que se cuidem.
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