Foram anunciados mais três nomes para a 6ª edição do Festival Literário da Madeira que, entre os dias 11 e 16 de Abril, irá tomar conta do funchalense Teatro Municipal Baltazar Dias. Fica uma espécie de CV condensado de cada um deles, que certamente vão ter direito a bar aberto (pelo menos no que toca à poncha).
Cynan Jones (foto acima) nasceu no País de Gales, em 1975. O seu primeiro romance, intitulado “The Long Dry” (2006) – ainda sem edição nacional – ganhou o Betty Trask Award from the Society of Authors. Em 2013, um dos capítulos do seu último livro, “A Cova”, foi publicado na Granta inglesa tendo sido finalista do Sunday Times EFG Bank Short Story Award. A obra, publicada este ano em Portugal pela Cavalo de Ferro – e que já teve o nosso elogio aqui -, venceu o Jerwood Fiction Uncovered Prize (2014) e o Wales Book of the Year (2015). Esteve ainda nas nomeações para o Kirkus Prize, nos Estados Unidos, e para o Warwick Prize for Writing.
Ondjaki nasceu em Luanda, em 1977. Licenciou-se em Sociologia e é membro da União dos Escritores Angolanos. Entre os seus muitos interesses contam-se a escrita, o teatro ou a pintura (duas exposições individuais, em Angola e no Brasil), tendo ainda co-realizado um documentário sobre a cidade de Luanda (“Oxalá Cresçam Pitangas – Histórias de Luanda”). Participou também em várias antologias internacionais (Brasil, Uruguai e Portugal) e, entre menções honrosas ou presenças nos finalistas de prémios tão graduados como o Portugal Telecom e o São Paulo de Literatura, arrecadou o Prémio Sagrada Esperança 2004 (Angola) e o Prémio Literário António Paulouro 2005 (Portugal), os seus dois primeiros. Aproveitando o embalo ganhou o Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco C. M. de Vila Nova de Famalicão/APE 2007, com “Os Da Minha Rua”; o Grinzane for Africa Prize – Young Writer 2008 (Etiópia/Itália); o Prémio FNLIJ Brasil 2010, a par do Prémio Jabuti, com “AvóDezanove e o Segredo do Soviético”; o Prémio Bissaya Barreto 2012 e o FNLIJ Brasil 2013 com “A Bicicleta Que Tinha Bigodes’”, o Prémio Saramago 2014 com “Os Transparentes”; e, por fim, o Prémio FNLIJ Brasil 2014, pela terceira vez, com “Uma Escuridão Bonita”.
Afonso Cruz nasceu em 1971, na Figueira da Foz, e é hoje um dos mais entusiasmantes e criativos autores a escrever na língua de Pessoa e seus pares. Frequentou a Faculdade de Belas-Artes de Lisboa e o Instituto Superior de Artes Plásticas da Madeira. Em 2008 publicou o primeiro romance, “A Carne de Deus — Aventuras de Conrado Fortes e Lola Benites”, ao qual se seguiria “Enciclopédia da Estória Universal”, galardoado com o Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco. Em 2010 publicou “Os Livros Que Devoraram o Meu Pai” (Caminho, Prémio Literário Maria Rosa Colaço) e “A Contradição Humana” (Caminho, prémio Autores SPA/RTP). Em 2012 foi o autor português distinguido com o Prémio da União Europeia para a Literatura pelo livro “A Boneca de Kokoschka” (Quetzal, 2010). “Jesus Cristo Bebia Cerveja” (Alfaguara, 2012) foi considerado o Livro Português do Ano pela revista Time Out Lisboa e o Livro do Ano segundo os leitores do jornal Público. Em 2013 publicou vários títulos, com destaque para “Para Onde Vão os Guarda-Chuvas”, obra que arrecadou o Prémio SPA Autores para Melhor Ficção Narrativa 2014. Neste mesmo ano foi vencedor do Prémio Nacional de Ilustração pela obra “Capital” (Pato Lógico, 2014). Assina uma crónica mensal no Jornal de Letras, Artes e Ideias sob o título «Paralaxe». É ilustrador, realizador de filmes de animação e membro da banda The Soaked Lamb. E ainda arranja tempo para fazer cerveja e aguardente, provavelmente por ter um relógio só seu que é capaz de parar o tempo.
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