Elizabeth Gilbert, a autora de “Comer, Orar, Amar” – livro que esteve mais de 180 semanas nos primeiros lugares da lista do The New York Times Best Sellers depois de ter sido indicado por Oprah Winfrey como um dos seus preferidos -, volta com “A Marca de Todas as Coisas” (Bertrand, 2014).
São precisas mais de 600 páginas para narrar a história de Alma Whittaker e para nos fazer descobrir o seu percurso ao longo de uma vida rica em significados, ilusões e desilusões. Fruto de um enorme trabalho de investigação, este romance vem confirmar a habilidade de E. Gilbert para escrever sobre personagens com características peculiares e demasiado “à frente” para o seu tempo.
A protagonista é filha de um homem ambicioso que, depois de ter crescido a pulso nas viagens de exploração do Capitão Cook, acaba por se estabelecer no Novo Mundo e construir uma das maiores fortunas da Filadélfia. A mãe de Alma é uma holandesa voltada para a ciência que, apesar de a educar de forma rígida, consegue despertar-lhe a paixão pela ciência e pela botânica.
O estimulante ambiente de debate científico, em que tem o privilégio de cresce, transforma-a numa mulher apaixonada pelo estudo e pela investigação das ciências naturais. Solitária e desiludida no que diz respeito às questões do coração acaba por conhecer um jovem desenhador de orquídeas e de sonhos e é com ele que viverá uma história de amor regada com fascínio e tragédia em doses nem sempre moderadas.
Mesmo quem não se rendeu à história de “Comer, Orar e Rezar” acabará por concordar que “A Marca de Todas as Coisas” deixa marcas a quem o lê. Não é um romance de mulheres nem um livro sobre ciência. É a história de uma mulher apaixonada pelo conhecimento, determinada a desvendar os segredos do amor e disposta a ir até aos confins da Terra para descobrir a sua verdadeira natureza.
Citação:
”Acredito que estamos todos de passagem”, começou ela. (…) Acredito que entendemos muito pouco, e que boa parte do que entendemos está errado. Acredito que não seja possível sobreviver à vida – isso é evidente – mas, se tivermos sorte, podemos resistir à vida por bastante tempo. Se a pessoa for sortuda e obstinada, às vezes é possível que até consiga aproveitar a vida.
1 Commentário
Por 2x resisti em comprar, este fim de semana levei-o para casa 🙂