À semelhança de muito bom thriller, a estreia literária do sueco Joakim Zander percorre dois períodos temporais distintos que, inevitavelmente, colidirão mais tarde de forma a atar todas as pontas soltas encontradas pelo caminho. Pontas que, no caso de “O nadador” (Suma de Letras, 2014), são em número mais do que suficiente para formarem uma corda bem comprida.
A história tem início numa noite quente no princípio dos anos (19)80, quando uma forte explosão termina com a morte de uma diplomata. É também a noite em que um agente americano entrega a sua bebé a um destino incerto, algo que o irá seguir de perto e perturbá-lo durante cada dia da sua existência, como um espinho cravado na pele impossível de retirar.
Trinta anos depois somos transportados até Bruxelas e apresentados a Klara Walldéen, uma jovem sueca formada em Direito que trabalha no Parlamento Europeu, vivendo uma relação amorosa superficial. Depois de receber um telefonema de Mahmoud Shammosh, o seu ex-namorado ligado no passado às forças especiais suecas, a vida de ambos transforma-se numa caçada que irá percorrer vários países da Europa.
Há também George Loow, um carreirista e oportunista que se vê contratado por um obscuro grupo empresarial, e que estranha e inesperadamente terá de rever de uma ponta à outra o seu atrofiado conceito de moral.
Apesar de habitar no território pouco luminoso onde nasceu o policial moderno, Joakim Zander oferece em “O nadador” uma intensa história de espionagem, que dura até à última página revelando, para lá do cumprimento da máxima de que o passado nos perseguirá para todo o sempre, um apurado sentido de humor e um olhar extremamente irónico sobre a condição humana.
2 Commentários
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