Arte e política, imigração e decolonialidade, corpo e capitalismo. É este o programa de festas da Orfeu Negro para 2025. Seguem-se as novidades que a editora vai fazer chegar às livrarias durante este ano.
“As Viagens da Arte” | Jacques Rancière
Lançamento: Janeiro
Trad.: Pedro Elói Duarte
O que dizem as instalações e as performances de arte contemporânea sobre o museu e a rua, a realidade e a ficção, a arte e a política? Jacques Rancière reflecte sobre a ambiguidade das fronteiras da arte, numa viagem pelos fundamentos do pensamento estético até aos cruzamentos disciplinares que empurram a arte para fora de si mesma, oferecendo-nos o vislumbre de novas formas, indissociavelmente artísticas e políticas, de comunidade.
Em Nome do Bárbaro” | Louisa Yousfi
Lançamento: Fevereiro
Posfácio: António Brito Guterres
Trad.: Joana Cabral
Manifesto estético e político sobre a condição dos descendentes da imigração pós-colonial, “Em Nome do Bárbaro” confronta as políticas de integração, tidas como bem absoluto, e mostra como a assimilação pode equivaler à perda de identidade, tradições, religião, língua e cultura. Louisa Yousfi, jornalista e filha da imigração argelina em França, ergue um espelho sem concessões ao Ocidente e abre caminho para uma política cultural decolonial e uma nova estética da resistência.
“Vidas Rebeldes, Belas Experiências – Histórias Íntimas de Jovens Negras Desordeiras, Mulheres Rebeldes e Radicais Queer” | Saidiya Hartman
Lançamento: Março
Trad.: Dina Antunes e Eugénia Antunes
Pioneiras do amor livre, das identidades queer, da ajuda mútua e da maternidade livre, a primeira geração de mulheres negras nascidas nos EUA após a emancipação conheceu jovens «pensadoras radicais que, incansavelmente, imaginaram outras maneiras de viver e sempre acreditaram que o mundo poderia ser diferente». A reconhecida investigadora, teórica e autora norte-americana Saidiya Hartman reconstitui as vidas e as histórias de uma vanguarda até aqui omissa, cuja luta pela liberdade forjou o que veio a ser o nosso mundo moderno.
“Jeff Wall – Textos Reunidos” | Jeff Wall
Lançamento: Abril
Org.: Sérgio Mah
Trad.: Pedro Elói Duarte
Jeff Wall é um dos mais influentes fotógrafos da actualidade e um dos artistas pioneiros a explorar a relação entre fotografia, pintura e cinema. A par da sua prática artística, a escrita tem sido parte integrante do seu trabalho, e um importante contributo para a história da arte contemporânea. A presente obra reúne alguns dos seus ensaios mais significativos, que ao longo das últimas décadas se tornaram uma referência da teoria e da crítica de arte. A selecção e organização dos textos estão a cargo de Sérgio Mah.
“Além da Pele – Repensar, refazer e reivindicar o corpo no capitalismo contemporâneo” | Silvia Federici
Lançamento: Abril
Trad.: Pedro Morais
Movimentos feministas, anti-racistas, trans, ecológicos — todos olham o corpo como território de confronto com o Estado e veículo de práticas sociais transformadoras. A consagrada teórica e activista Silvia Federici, autora de “Calibã e a Bruxa” (Orfeu Negro, 2020), observa o corpo como máquina de trabalho, disciplinado e regulado pelo capitalismo contemporâneo, contrapondo-lhe uma noção distinta: a do corpo que se expande além da pele, que estende a sua continuidade a todos os organismos vivos, capaz de reunir, em múltiplas possibilidades, o que o capitalismo dividiu.
“O Tempo da Promessa” | Marina Garcés
Lançamento: Junho
Trad.: Helena Pitta
Depois de defender uma nova atitude crítica em “Novo Iluminismo Radical” (Orfeu Negro, 2023), Marina Garcés reflecte sobre o conceito de promessa e o poder da palavra. Mas quem se atreve, hoje, a prometer alguma coisa? Face a um presente incerto e a um futuro ameaçado, prometer, diz-nos a autora, não é predizer futuros prováveis, é antes desafiar o peso da realidade e prefigurar futuros desejados.
“Os Diários do Cancro” | Audre Lorde
Lançamento: Junho
Trad.: Gisela Casimiro
Entre o registo diarístico, o livro de memórias e o ensaio, Audre Lorde funde o pessoal e o político ao reflectir sobre a sua experiência com o cancro da mama e uma mastectomia. Um testemunho que dá visibilidade às mulheres com cancro, em que a poeta e guerreira oferece a sua voz, dor, resistência e coragem àquelas que lidam com o seu próprio diagnóstico. Este é o terceiro livro da autora nas edições Orfeu Negro.
“Raving” | McKenzie Wark
Lançamento: Setembro
Posfácio: Odete
Trad.: Nuno Quintas
Entre a auto-ficção e a auto-teoria, McKenzie Wark, uma das mais inovadoras escritoras e teóricas dos estudos dos media e dos estudos culturais, traça um retrato íntimo e coletivo da cena rave queer nova iorquina. “Raving” imprime na página fumo, luzes, drogas, sexo, corpos fora da norma e música techno, para identificar na matéria pulsante da rave uma estética e uma política: a de dançar entre as ruínas do capital em colapso.
“O Pensamento Hetero” | Monique Wittig
Lançamento: Outubro
Trad.: Eugénia Antunes
Clássico do feminismo, precursor da teoria queer, “O Pensamento Hetero” integra a primeira colectânea de textos teóricos da aclamada escritora feminista Monique Wittig. «As lésbicas não são mulheres», afirmação iconoclasta que encerra este ensaio, sintetiza o seu pensamento transversal: a heterossexualidade não é nem natural, nem um dado adquirido, a heterossexualidade é um regime político.
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